Todos/as sabem que final de ano é loucura na vida de professor.
Professor e escritor se transforma então em loucura multiplicada.
Você está sempre cansado de um cansaço de quem se sente realizado. Trabalho e trabalho.
Falar para estudantes, outros professores e professoras, encontrar o público em eventos de educação.
Conversas e pessoas interessantes que sempre lhe ensinam algo sobre o humano.
Alguém diz que é sua fã, outro que lhe viu na TV noutro dia, outra que jura que aquele minilivro que você escreveu na verdade foi obra de algum espírito (que você foi apenas um "veículo"). Papos sobre filosofia, política, adolescência. Fotos e fotos, e eu jamais consigo fazer o tal sorriso tradicional mesmo estando rindo interiormente.
Meu livro sobre o Nietzsche é redescoberto, volta a vender na "cola" do atual.
Muitas professoras alegres com um livro sobre uma experiência de sala de aula. Surpresas e risos das pessoas ao lerem as perguntas no livro.
Todo mundo tem uma impressão para compartilhar, uma dica, um olhar. Muitos/as me dizem que já estão esperando o próximo livro, dão dicas de temas e títulos...sempre imaginando uma sequência para este.
Mas "A Caixa de Perguntas" está apenas no início de seu caminho.
Mais uma vez percebo que meu texto chega aos chamados "neoleitores". Quase todos os dias escuto alguém dizer que foi o primeiro livro que leu até o fim. Ouvir isto é uma alegria particular dos escritores.
(Minha mãe observando com atenção o livro)
(Na TVE, com a tradicional flanela xadrez...hehe!)
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30 novembro 2013
27 novembro 2013
Ele disse muito bem
"Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira".
Quem disse isto?
Quem cometeu esta heresia contra os bons homens do livre mercado?
Olivio Dutra, o último petista de esquerda? Pepe Mujica, o grande presidente uruguaio? Fidel Castro, com seu abrigo da Adidas? Slavoj Zizek, o filósofo revoltado?
Não...nada disto.
Quem se manifestou assim foi o Papa Francisco.
Os discordantes que atirem a primeira pedra.
Quem disse isto?
Quem cometeu esta heresia contra os bons homens do livre mercado?
Olivio Dutra, o último petista de esquerda? Pepe Mujica, o grande presidente uruguaio? Fidel Castro, com seu abrigo da Adidas? Slavoj Zizek, o filósofo revoltado?
Não...nada disto.
Quem se manifestou assim foi o Papa Francisco.
Os discordantes que atirem a primeira pedra.
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25 novembro 2013
Um peixe metálico
Há
fábricas de dias que virão.
Neruda
Em
Isla Negra estão os restos do grande poeta. De frente para o
Pacífico encontrou ele sua melhor morada. Ali mesmo, onde vivo
abraçou-se com o mar revolto e conversou com as gaivotas.
O
quarto de Pablo e Matilde era uma extensão do mar. Não se sabe bem
se os estrondos ouvidos naqueles tempos eram os ecos daquele grande
amor ou os rugidos do monstro marinho.
A única demarcação de
espaços entre a poesia e o mar é dada pelos sinos. Eles continuam
lá, mas já não badalam. Sem o toque do poeta parece que morreram
de tristeza. No entanto, correm boatos de que crianças que
visitaram a casa viram um velhinho de boina tocando um sino quando o
sol foi dormir.
Quando fui na casa de Neruda ouvi
Gracias a la vida tocada ao piano. Sentado na areia grossa e
multiforme - que foi tapete para seus passos - desejei o mate da
mulher ao lado. E disse “gracias” ao meu próprio desejo. E por
estar vivo joguei uma moeda e um pedido na fonte.
A
casa do poeta é um lugar de peregrinação do sonho. Tudo nela é
mar. Pedras, plantas, miniaturas de barcos engolidas por garrafas,
belas carrancas de navios fantasmas, instrumentos de marinheiros
devorados pelas sereias.
Naquela casa senti-me como um peixe metálico
flutuando em um de seus poemas.
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21 novembro 2013
Mais uma canção
Esta noite fui ao pré-lançamento do documentário "Mais uma canção", sobre o grande Bebeto Alves.
Muito bom! Sexta, 22/11, ele começa a ser exibido em um dos cinemas da Casa de Cultura Mario Quintana.
Não deixem de assistir! Música de primeira, a história do cara, encontros e depoimentos, Porto Alegre de outros tempos, belas imagens de uma volta às raízes (dele como artista e da música brasileira): Marrocos, Lisboa, Espanha, Uruguaiana... Fotografia de primeira e qualidade de som do filme impecável.
Bem montado, o documentário não te deixa cansar. E consegue em certo momento ensinar o espectador sem cair em didatismos sem interesse. Mas ao mesmo tempo há um refinamento, análises de quem entende e fez/faz parte do universo da música e da indústria da música.
Sobre os bons tempos em que o Araújo Viana era aberto a todos e a cidade pulsava cultura, Nelson Coelho de Castro sentencia: "Nós não queríamos ser felizes sozinhos". Beleza pura!
Bebeto Alves é o nome de uma geração, da qual eu sou um irmão mais novo.
Daqueles artistas que você ficava admirando e pensando em ser assim quando crescesse. Crescemos e continuamos admirando.
Para falar dele, podemos utilizar sem medo a fórmula raulseixista da "metamorfose ambulante". Se alguém que nunca ouviu o Bebeto me pedir para indicar uma música, eu ficaria com muitas dúvidas. Você pode encontrá-lo no mais puro rock and roll, no pop, na música eletrônica, nas milongas.
Bebeto Alves nasceu na fronteira e sua arte insiste em provar que as fronteiras não existem. Tanto que fico no Facebook "curtindo" suas fotos e pensando com os meus botões: "Que viagem! O cara que faz essas fotos maravilhosas é o mesmo que faz a minha cabeça há tanto tempo com sua música".
Acompanho o trabalho dele desde que eu era um garoto de 14 anos. Trabalhava de domingo a domingo e me sentia animado com a vida escutando "Depois da chuva". Sim, não vamos morrer depois da chuva...em pleno domingo. Sou um sobrevivente, como diz a música que tantas vezes me fez chorar.
É sempre tempo de começar tudo de novo, caminhar, tatuar o mundo com novas pegadas. E pelas esquinas desta vida nos encontrar, porque como bem sabe o Bebeto "somos um bando e muitos outros".
Espero que no DVD haja uma edição com todas as músicas completas. Puro deleite.
14 novembro 2013
A menina dos autógrafos
Uma menina chegou na sessão de autógrafos e me observou em silêncio. Olhou-me com um ar de reconhecimento.
Perguntei como havia conhecido meu livro. Isadora é seu nome. A avó, que estava com uma criança pequena no colo, relatou (cansada pelo calor) que a neta havia insistido muito para ir na Feira do Livro.
"Ela é muito curiosa, e adorou a caixa...insistiu pra vir conhecer o senhor!".
Mas de onde ela me conhece? Pergunto. "Do jornal".
Explico que as perguntas que aparecem no livro, boa parte delas, não são para crianças de 9 anos. A avó diz que tudo bem, que a família tem muito bom diálogo.
A menina sorri feliz. É o melhor presente que um escritor pode receber, o melhor reconhecimento.
Então pedi para o fotógrafo registrar este momento.
Que a pequena Isadora tenha um caminho lindo, repleto de livros e perguntas!
Foto: Miguel Costa
11 novembro 2013
Chove fora do aquário
Jamais dei um passo em público que não comprometesse: é esse o meu critério de ação correta".
Nietzsche
Quando uma grande empresa comprou o Correio do Povo, pensei que o primeiro a sair seria o Juremir Machado da Silva.
Mas eles foram bem mais inteligentes do que eu imaginei. Não só o mantiveram, como ele passou a escrever diariamente no jornal.
Juremir é um dos jornalistas que goza de maior liberdade para se expressar, o que seria tolo desdenhar neste mundo vigiado.
Inventou para si uma metáfora e o poder de fogo de um "franco-atirador".
Ele está sempre envolvido em livros, produzindo, criando. É um cronista que pode argumentar com tranquilidade analisando a história, juntando os cacos do dia a dia e fazendo como que uma genealogia.
Hoje tive a alegria de participar do programa Esfera Pública, que é comandado por ele e pela competentíssima Taline Oppitz. Queridas pessoas. Ela tem a melhor voz do rádio (e provavelmente a melhor fora dele também).
Fiquei escutando o Marcelo Branco falando sobre marco civil da Internet. Aprendendo. Estava em luta pela liberdade de expressão, então já de cara estamos de acordo.
Dentro do aquário chamado Estúdio Cristal podíamos ver a rua lá fora, a chuva que engolia a cidade. Os guarda-chuvas anunciavam os anos cinquenta (embora estivéssemos em 2013) e as pessoas caminhavam apressadas rumo à Rua da Praia do século passado.
O cinza da rua pintava um tom intimista no estúdio. Me senti em casa, num café.
Enfim, um belo momento.
Nietzsche
Quando uma grande empresa comprou o Correio do Povo, pensei que o primeiro a sair seria o Juremir Machado da Silva.
Mas eles foram bem mais inteligentes do que eu imaginei. Não só o mantiveram, como ele passou a escrever diariamente no jornal.
Juremir é um dos jornalistas que goza de maior liberdade para se expressar, o que seria tolo desdenhar neste mundo vigiado.
Inventou para si uma metáfora e o poder de fogo de um "franco-atirador".
Ele está sempre envolvido em livros, produzindo, criando. É um cronista que pode argumentar com tranquilidade analisando a história, juntando os cacos do dia a dia e fazendo como que uma genealogia.
Hoje tive a alegria de participar do programa Esfera Pública, que é comandado por ele e pela competentíssima Taline Oppitz. Queridas pessoas. Ela tem a melhor voz do rádio (e provavelmente a melhor fora dele também).
Fiquei escutando o Marcelo Branco falando sobre marco civil da Internet. Aprendendo. Estava em luta pela liberdade de expressão, então já de cara estamos de acordo.
Dentro do aquário chamado Estúdio Cristal podíamos ver a rua lá fora, a chuva que engolia a cidade. Os guarda-chuvas anunciavam os anos cinquenta (embora estivéssemos em 2013) e as pessoas caminhavam apressadas rumo à Rua da Praia do século passado.
O cinza da rua pintava um tom intimista no estúdio. Me senti em casa, num café.
Enfim, um belo momento.
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Reinventar
Hoje faltei ao trabalho, por não conseguir chegar nem perto da Restinga.
Ficamos 1 hora e meia rodando pela cidade, passando por MUITOS alagamentos e tentando um caminho de volta.
É claro que chuva forte é problema. Mas excesso de asfalto também é. De lixo que não é recolhido ou é mal recolhido.
Enquanto sobra água e sujeira, falta prefeitura.
Ao contrário de muitas pessoas amigas, não acredito que o povo da cidade mereça estes que nos governam.
As pessoas não votam mal porque são "burras" ou sei lá o quê. Elas são pressionadas pelo poder econômico, pelo excesso de propaganda.
E, no vazio da política, acabam votando "neste que tá aí mesmo"...
Acho que isto também ajuda a explicar porque experiências como a Caixa de Perguntas chamam tanto a atenção. Estamos numa carência extrema de democracia, de participação de verdade.
Este teatro dos políticos é um engodo, um faz-de-conta que já não convence nem seduz a ninguém.
Precisamos reinventar a política.
Ficamos 1 hora e meia rodando pela cidade, passando por MUITOS alagamentos e tentando um caminho de volta.
É claro que chuva forte é problema. Mas excesso de asfalto também é. De lixo que não é recolhido ou é mal recolhido.
Enquanto sobra água e sujeira, falta prefeitura.
Ao contrário de muitas pessoas amigas, não acredito que o povo da cidade mereça estes que nos governam.
As pessoas não votam mal porque são "burras" ou sei lá o quê. Elas são pressionadas pelo poder econômico, pelo excesso de propaganda.
E, no vazio da política, acabam votando "neste que tá aí mesmo"...
Acho que isto também ajuda a explicar porque experiências como a Caixa de Perguntas chamam tanto a atenção. Estamos numa carência extrema de democracia, de participação de verdade.
Este teatro dos políticos é um engodo, um faz-de-conta que já não convence nem seduz a ninguém.
Precisamos reinventar a política.
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09 novembro 2013
Entrevista ao programa Cidadania
Entrevista ao programa Cidadania da TVE no dia 5 de novembro, sobre meu livro "A Caixa de Perguntas: Desafio vivo em sala de aula" (Editora Libretos).
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07 novembro 2013
Boa onda
Estes dias têm sido de muitas alegrias, pelo livro e pela forma como ele tem sido recebido.
Eu poderia escrever um livrinho apenas com impressões de encontros, entrevistas, e-mails e as centenas de mensagem que tenho recebido.
Hoje, em uma das entrevistas, pude ter um retorno da boa vendagem do livro.
A entrevistadora me disse que escolheu alguém, ao acaso, que estava circulando pela Feira do Livro. Ela perguntou quais livros a pessoa estava comprando. E a entrevistada tirou da sacola o livro "A Caixa de Perguntas". Era uma professora e foi logo falando o título.
Um bom termômetro de que o caminho do livro está sendo muito bonito.
Há um ditado popular que diz que "uma desgraça nunca vem sozinha".
Pois o mesmo é verdade quando as coisas estão dando certo.
Então vamos pegar essa onda boa e surfar nas alegrias (que todos nós merecemos).
Eu poderia escrever um livrinho apenas com impressões de encontros, entrevistas, e-mails e as centenas de mensagem que tenho recebido.
Hoje, em uma das entrevistas, pude ter um retorno da boa vendagem do livro.
A entrevistadora me disse que escolheu alguém, ao acaso, que estava circulando pela Feira do Livro. Ela perguntou quais livros a pessoa estava comprando. E a entrevistada tirou da sacola o livro "A Caixa de Perguntas". Era uma professora e foi logo falando o título.
Um bom termômetro de que o caminho do livro está sendo muito bonito.
Há um ditado popular que diz que "uma desgraça nunca vem sozinha".
Pois o mesmo é verdade quando as coisas estão dando certo.
Então vamos pegar essa onda boa e surfar nas alegrias (que todos nós merecemos).
06 novembro 2013
Primaveras
Construímos
sonhos. Levamos nossos mais nobres sentimentos para passear nas
praças. Ar livre. Sol para as generosas idéias. Bandeiras e música. Muita música, porque um outro mundo não pode se fazer ao
som das engrenagens.
Nos diálogos diários e no balançar do ônibus
uma nova conquista. Mais companheiros na nau colorida das
transformações. O país dos jovens. Adolescência crivada de
flores, adornada com estrelas. Tudo que foi quimera agora se torna
imediato. O dia será hoje. Não há mais séculos a esperar. Somos
mais fortes que essa história bruta. Vem, pega minha mão. Se me
deres um beijo haverá mais um motivo para minhas lágrimas.
Quando
despertamos, algo estranho embaçava nosso olhar. A História era
mais forte do que imaginávamos. Os que antes podíamos mirar fundo
nos olhos agora já estavam bem longe, pequeninos em frente a tolos
aglomerados. E o que se disse não era bem assim. Quem é o inimigo?
“O inimigo sou eu? O inimigo é você?”. As palavras são trancafiadas em palácios. E sufocam.
Hora então de reinventar as palavras, reacender as primaveras.
01 novembro 2013
Livros, feiras e camelôs
O novo livro está à venda nas livrarias, na Feira do Livro de Porto Alegre, na Internet (Livraria Cultura, Estante Virtual).
O preço é acessível (20,00) e o tema é interessante. Além disto, ficou bonito pra caramba! Claro que sou totalmente isento para opinar...hehe!
E a partir do dia 4 de novembro, na cidade de São Leopoldo (RS), também poderá ser encontrado nos camelôs!
Os livros precisam estar em todos os lugares.
O preço é acessível (20,00) e o tema é interessante. Além disto, ficou bonito pra caramba! Claro que sou totalmente isento para opinar...hehe!
E a partir do dia 4 de novembro, na cidade de São Leopoldo (RS), também poderá ser encontrado nos camelôs!
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