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06 novembro 2013

Primaveras

Construímos sonhos. Levamos nossos mais nobres sentimentos para passear nas praças. Ar livre. Sol para as generosas idéias. Bandeiras e música. Muita música, porque um outro mundo não pode se fazer ao som das engrenagens. 
Nos diálogos diários e no balançar do ônibus uma nova conquista. Mais companheiros na nau colorida das transformações. O país dos jovens. Adolescência crivada de flores, adornada com estrelas. Tudo que foi quimera agora se torna imediato. O dia será hoje. Não há mais séculos a esperar. Somos mais fortes que essa história bruta. Vem, pega minha mão. Se me deres um beijo haverá mais um motivo para minhas lágrimas.
Quando despertamos, algo estranho embaçava nosso olhar. A História era mais forte do que imaginávamos. Os que antes podíamos mirar fundo nos olhos agora já estavam bem longe, pequeninos em frente a tolos aglomerados. E o que se disse não era bem assim. Quem é o inimigo? “O inimigo sou eu? O inimigo é você?”As palavras são trancafiadas em palácios. E sufocam. 

Hora então de reinventar as palavras, reacender as primaveras.



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