Construímos
sonhos. Levamos nossos mais nobres sentimentos para passear nas
praças. Ar livre. Sol para as generosas idéias. Bandeiras e música. Muita música, porque um outro mundo não pode se fazer ao
som das engrenagens.
Nos diálogos diários e no balançar do ônibus
uma nova conquista. Mais companheiros na nau colorida das
transformações. O país dos jovens. Adolescência crivada de
flores, adornada com estrelas. Tudo que foi quimera agora se torna
imediato. O dia será hoje. Não há mais séculos a esperar. Somos
mais fortes que essa história bruta. Vem, pega minha mão. Se me
deres um beijo haverá mais um motivo para minhas lágrimas.
Quando
despertamos, algo estranho embaçava nosso olhar. A História era
mais forte do que imaginávamos. Os que antes podíamos mirar fundo
nos olhos agora já estavam bem longe, pequeninos em frente a tolos
aglomerados. E o que se disse não era bem assim. Quem é o inimigo?
“O inimigo sou eu? O inimigo é você?”. As palavras são trancafiadas em palácios. E sufocam.
Hora então de reinventar as palavras, reacender as primaveras.
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