
Dizem que foi no Egito, por volta de 2100 a.C.. A primeira vez que os trabalhadores se organizaram e resolveram parar de trabalhar. Eles queriam receber mais comida pelo seu trabalho. Estavam construindo um templo, e a quantidade de pães que ganhavam era insuficiente para alimentar a eles e suas famílias. Teriam sido as mulheres que os convenceram a parar. Sempre elas.
O lugar onde as pessoas iam procurar trabalho, na França do século dezenove, era chamado de Place de Grève. Então o termo "greve" já na origem lembra pessoas reunidas nas praças.
Pessoas reunidas sempre são uma possibilidade. Possibilidade de quê? Ah, isso é o que precisamos inventar sempre.
De qualquer forma, quem está nos palácios sempre teme as pessoas reunidas nas praças. Pensando nisto inventaram a polícia.
No caso da greve que estamos fazendo há muito o que dizer.
Me tocou o minuto de silêncio da última assembléia, em homenagem ao líder negro que morreu e aos dois líderes assassinados esta semana no Pará (no mesmo dia da votação do novo e famigerado Código Florestal).
O silêncio daquele minuto foi mais impactante que os discursos inflamados.
E a frase de Marcelo Pires na parede da Câmara de Vereadores (onde fomos entrando): "Sempre que alguém lê um poema é domingo".
Mas a cena mais bela foi registrada pelo fotógrafo Jackson Zanin, para o Correio do Povo.
Mostra a professora de espanhol Maria Luíza e seus dois filhos, Gabriela e Guilherme. Ela pegou a lotação com eles e foi para a frente da prefeitura pressionar o prefeito.
Ela mais eu mais um monte de gente.
E quem não estava lá, perdeu de vê-los.
Coisa bonita. Ainda sobre o tema, postei no blog um texto: Tema de casa - fazer um texto com diminutivos. Bye
ResponderExcluirAna Zatt
Eu pensei no momento, "ao vivo", ao escrever. Depois me chamaram a atenção para o ângulo em que a foto foi tirada, escondendo a multidão.
ResponderExcluirFui conferir outras fotos. O jornal Correio do Povo mudou o enfoque, começou dando grande visibilidade à greve e depois foi "sumindo" com os grevistas em suas páginas.
A RBS, que aqui no Rio Grande do Sul costuma ser a mídia chapa branca, desta vez está fazendo uma cobertura bem mais imparcial. na greve de 2007 foi horrível.
Desta vez é a Band am e a Band News que assumiram ser "mais realistas que o rei", fazendo uma cobertura lamentável. Sobretudo nos comentários. Aliás, a Band está se perdendo neste jornalismo da moda - esse negócio chato dos caras ficarem dando "opiniões" sobre tudo, em geral super conservadoras e distantes da realidade.
Bom, um dia talvez eu escreva com mais tempo sobre a imprensa deste estado, sobretudo para informar os leitores do blog que são de outros estados e de fora do Brasil.
Exemplo pra luta!!!
ResponderExcluirMuito legal!
ResponderExcluirAcaba greve dos funcionários da Prefeitura de Porto Alegre
ResponderExcluirJorge Seadi
Os funcionários da Prefeitura de Porto Alegre aceitaram, em assembleia geral realizada hoje (30), a proposta de reajuste de 8,16% proposto pelo governo municipa. A greve deve acabar imediatamente. A assembleia foi realizada no Centro de Eventos do Parque Harmonia. A decisão não foi unânime, apesar de que parte dos funcionários abandonou a assembleia antes do final.
De acordo com a Prefeitura Municipal, o reajuste de 7,1% será pago ainda em maio e os restantes 1,15% a partir de janeiro de 2012. Consta ainda no acordo o aumento do vale-refeição de R$ 12,00 para R$ 13,00, inclusão dos servidores no plano de saúde do IPE, reformulação do plano de carreira e equiparação dos salários básico dos padrões 2 e 3 com o salário mínimo.
A greve dos funcionários públicos municipais começou no dia 23, atrasando vários procedimentos da Prefeitura, principalmente na liberação de obras. Segundo o secretário municipal da Fazenda, Urbano Schmitt, “o prefeito orientou que se construísse uma proposta que respondesse as reinvindicações dos municipários e garantisse o retomada imediata dos serviços públicos. E foi o que conseguimos”.
No acordo da Prefeitura com o sindicato, os funcionários terão 90 dias para recuperar os dias parados de acordo com as necessidades e determinações de cada secretaria. As aulas poderão ser recuperadas até o final do ano letivo. “A assembleia teve a sabedoria de entender que a proposta caracteriza um avanço, mesmo que pequeno, mas um avanço”, disse Raul Giacobone, um dos diretores do Sindicato.