“...todo jornal que eu leio/me diz que a gente já era/
que já não é mais primavera/oh, baby, oh, baby/
a gente ainda nem começou...” (Raul Seixas)
No final dos anos oitenta um sopro de primavera parisiense passeou por nossas ruas. Como bom caminhante, dobrei com ele minhas esquinas. E fizemos movimentos. E paramos o trânsito. Piquetes sob a chuva que trancavam as portas da madrugada à força de um abraço apertado. A energia, a mágica e envolvente energia das multidões unidas em um só grito. “Fecha! Fecha! Fecha!”, e as portas baixando. Corre, não respira porque isso daí é gás lacrimogênio! No trabalho os colegas rindo e chamando o rapaz de sonhador. Entra o gerente geral: “O que é isso escrito no seu rádio?” Um adesivo improvisado. Brasil Urgente, Lula presidente. “O senhor pode passar no departamento pessoal”. O senhor de quinze anos é demitido mas não se dobra. Ah, se todos ao menos uma vez na vida pudessem sentir aquela sensação de poder, aquela liberdade, aquele abrir o peito assim no meio da rua... Aos trinta e tantos ele caminha em vastas e amplas calçadas carentes de gentes re-unidas, escandalosas em suas urgências. Mas agora o Brasil deixou de ser urgente. E o gerente geral vai dormir, feliz com o seu presidente.
Construímos sonhos. Levamos nossos mais nobres sentimentos para passear nas praças. Ar livre. Sol para as generosas idéias. Bandeiras vermelhas e música. Muita música, porque um outro mundo não pode se fazer ao som das engrenagens. Nos diálogos diários e no balançar do ônibus uma nova conquista. Mais companheiros na nau colorida das transformações. O país dos jovens. Adolescência crivada de flores, adornada com estrelas. Tudo que foi quimera agora se torna imediato. O dia será hoje. Não há mais séculos a esperar. Somos mais fortes que essa história bruta. Vem, pega minha mão. Se me deres um beijo haverá mais um motivo para minhas lágrimas...
Quando despertamos, algo estranho embaçava nosso olhar. A História era mais forte do que imaginávamos. Os que antes podíamos mirar fundo nos olhos agora já estavam bem longe, pequeninos em frente a tolos aglomerados. E o que se disse não era bem assim. Quem é o inimigo? “O inimigo sou eu? O inimigo é você?” As palavras são trancafiadas em palácios. E sufocam. As palavras morrem porque sugam seu sangue.
“E já não se sabia mais quem era humano e quem era porco”.
Estamos no século vinte e um. Mais ávidos que nunca pela criação de outras primaveras.
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23 setembro 2010
Primaveras
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20 setembro 2010
No twitter
http://twitter.com/LeleNeukamp
Netos, filhos, esposas... Os parentes de políticos que são candidatos dão um ar ainda mais lamentável à eleição. Trapaça em família.
O mais triste desta eleição é que a política morreu. Não existe discussão, debate, porque os partidos são apenas aglomerados de interesses.
O mais engraçado desta eleição será ver esta nulidade chamada Fogaça voltando para casa. Deixa um rastro de desmantelamento na educação.
Um aspecto positivo da pessoa Marina Silva: é vegetariana. Vegetarianismo é mais coerente com quem defende o meio ambiente.
Netos, filhos, esposas... Os parentes de políticos que são candidatos dão um ar ainda mais lamentável à eleição. Trapaça em família.
O mais triste desta eleição é que a política morreu. Não existe discussão, debate, porque os partidos são apenas aglomerados de interesses.
O mais engraçado desta eleição será ver esta nulidade chamada Fogaça voltando para casa. Deixa um rastro de desmantelamento na educação.
Um aspecto positivo da pessoa Marina Silva: é vegetariana. Vegetarianismo é mais coerente com quem defende o meio ambiente.
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13 setembro 2010
Fim do caminho para Fogaça

O semblante dele diz tudo. Fim do caminho.
Enquanto esta escola de menos de 400 alunos recebe atenção, dezenas de outras
amargam a falta de professores, a ausência de guardas municipais, nenhum projeto consistente da secretaria municipal de educação etc.
Fogaça deixou a prefeitura numa situação difícil. Na rede municipal a falta de mais de 200 professores, além do sucateamento geral.
Este semblante fechado fala mais que mil discursos.
Fim do caminho para Fogaça.
E o que fica de sua administração? Paradas de ônibus que dão choque, ruas esburacadas, praças atrolhadas de lixo. Ah...e o trânsito sem gerenciamento, caótico!
A cidade está mais feia e menos verde, porque as áreas de vegetação estão sendo rapidamente destruídas.
E os pobres aluninhos ali servindo de figurantes…
(Foto: Nabor Goulart)
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03 setembro 2010
Leituras sobre Nietzsche e a Educação

Este é um livro, recém lançado, que traz textos sobre o Nietzsche e as relações da filosofia dele com a educação.
Um dos artigos é meu: "O professor Nietzsche e a educação".
Quem tiver interesse no tema e no livro, mande e-mail para leleneukamp@yahoo.com.br. Tenho alguns exemplares a preço de custo: 12,00 mais o correio...que dá algo como 15 reais.
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