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30 abril 2010

alegria barriguda


Mulher grávida

Quanto sonho pode caber
na barriga da mulher?
Quanto prazer engendrando outro ser?
Que sensação, que delicadeza de formas
recriando o humano?
Na solidão da noite ela vira-se, toca,
acaricia e derrama o leite do seu olhar.
É um deslumbramento só, um deixar-se levar,
uma vontade de sair caminhando
e levar ao mundo todo a boa notícia.
Namorando no espelho uma alegria barriguda.

26 abril 2010

http://novaharmoniaeditora.blogspot.com/

Estou construindo um blog da editora Nova Harmonia, que editou meus livros e tem
vários títulos de qualidade em Filosofia e áreas afins.
Vou tentar fazer girar esse acervo.
Se você está pesquisando ou se simplesmente busca um bom livro,
dá uma olhada lá...

16 abril 2010

Cinema, democracia e escola


Há uma semana participei de um curso com a cineasta paulista Moira Toledo, na sala de cinema PF Gastal da Usina do Gasômetro (em Porto Alegre). O grande número de professores presentes me faz pensar que nem todos estão resignados com nosso marasmo cultural. E uma paulista falante, munida de armas perigosas - microfone e câmera - veio nos sacudir com sua lucidez e percepção; despertando em muitos a "curiosidade epistemológica" de que falava o mestre Paulo Freire.
A luta de Moira, em nível nacional, é pela democratização da produção do audiovisual e do acesso a ela. Venho insistindo nisto há muito tempo, e é o que promovo em minhas aulas de Filosofia. Moira anda pelo país incentivando o "cinema de quebrada", que eu classificaria como um movimento de contracultura.
É um absurdo vivermos em um país com tamanha riqueza e diversidade cultural, e não termos acesso ao resultado prático dela. Isto vale para a música, o cinema, a televisão. Você sabe o nome dos atores que ganharam o Oscar, mas não conhece seu vizinho que gravou um CD ou escreveu um livro. Algo parece estranho nisso.
Este é um tema crucial para a educação: a democratização da mídia, em sentido amplo. Não se pode pensar a construção de uma nação com uma população sendo educada prioritariamente pela televisão (que está nas mãos de meia dúzia de corporações). O tema soa antiquado, mas não menos verdadeiro. A mesma percepção vale para o magistério, na sua responsabilidade de educar. Ou alguém aposta em uma formação realizada por educadores que se reduziram à lamentável condição de comentadores de "realytes shows"?
Dividir com os alunos a produção de filmes pode ser uma experiência profundamente enriquecedora, para todos. Experimentar com eles outros olhares, e proporcionar o acesso à produção cultural nacional faz parte de nossa tarefa tanto quanto a 'transmissão' do saber específico de cada um.
Moira, com seu conhecimento técnico, defende que o contato com o fazer cinema proporciona um outro olhar sobre qualquer produção. Aí incluídos a TV e seus subprodutos.
Mas é na relação entre os envolvidos que se dá a grande transformação. Um grupo que produz um audiovisual aprende a se relacionar, a discutir, a ouvir a posição do outro. Aprende. E o que podemos querer mais, em nossas escolas, senão aprender e ensinar?
Nossa...já estou ficando com medo! Alunos fazendo e aprendendo a ver cinema. Escolas ensinando gente a ser gente. Democratização da informação. Isto já está virando conversa de subversivo.


Abaixo reproduzo o texto "Cinema e educação", que faz parte do meu livro "A caixa de perguntas e outras histórias de aprendiz" (ainda não publicado).

CINEMA E ESCOLA

Num mundo construído pela e na imagem, seria um absurdo a escola se fechar para as possibilidades da arte cinematográfica. Cinema e educação devem ser irmãos inseparáveis. O espaço do cinema e da “sala de vídeo” ou de audiovisual das escolas é um local privilegiado para o aprendizado, para a socialização de saberes. Assistir um filme com os alunos é tão importante quanto ler um livro, um texto, ou fazer uma prova. Chega a ser mesmo impressionante que muitos professores utilizem os filmes como algo secundário e muitas vezes sem a mínima seriedade.
Certa vez fui chamado de “elitista” em uma reunião de escola, por defender que não fossem exibidos apenas filmes de uma certa apresentadora de TV para as crianças. Este tipo de filmes elas já veem em suas casas, não há porque a escola reforçar a sua importância. Me acusaram de rejeitar os “saberes populares”. Retruquei dizendo que estavam subestimando a inteligência das crianças e limitando o acesso delas à cultura. A escola deve favorecer o acesso a outras linguagens, outras formas de expressão que não aquelas consagradas pela grande mídia.
Em meu trabalho de professor, sempre utilizei filmes. Jamais como forma apenas de distração dos alunos ou como algo complementar à sala de aula. Sonho com o dia em que lutaremos pelo acesso ao cinema com a mesma força que lutamos por outras boas causas. Lutar pelo acesso ao cinema é lutar pela elevação geral da nossa cultura. Esta batalha poderia estar ligada à produção nacional de cinema. Os países desenvolvidos há muito já se deram conta disso, e os americanos são mestres em utilizar a tela grande como meio de propaganda.
Para citar um pequeno exemplo, há muitos anos exibo para os alunos (adolescentes) o curta-metragem O dia em que Dorival encarou a guarda, de 1986. Ele é uma produção da Casa de Cinema de Porto Alegre, que é especializada na produção de curtas de boa qualidade. Conta a história de um preso que quer simplesmente tomar um banho, pois já é proibido de fazê-lo há 10 dias. Os diálogos são impressionantes e a montagem do filme é perfeita. Os alunos adoram! Em menos de 15 minutos há diversão, riso, aprendizado. Em Filosofia discuto a questão da liberdade.
Para cada filme o professor escolhe um tema específico ou vários temas para serem explorados. Barbosa pode discutir memória, história do Brasil, a existência ou não do destino. Ilha das Flores é um clássico, creio que o curta-metragem mais assistido em todo o Brasil.
O momento de assistir um filme também é um momento de aprendizado. Muitas vezes tive que parar a exibição, reclamar ou xingar algum aluno. Em alguns casos (poucos, é verdade) cheguei ao extremo de retirar da sala pessoas que não conseguiam assistir minimamente tranquilas. Também se aprende a ser expectador.
Com a ampliação do acesso à Internet nas escolas em todo país, o acesso aos filmes tornou-se mais fácil. Durante anos, corri para todos os lados atrás de fitas VHS e depois DVDs. Antes, na adolescência, mal tínhamos acesso a aparelhos de vídeo cassete. Então carregávamos um vídeo cassete (pesado) pela cidade para passar “vídeos” nas escolas sobre a destruição do meio ambiente.
Agora há projetos específicos como o “Curta na Escola”, que disponibiliza centenas de filmes gratuitamente na rede. Começamos a deixar de ser reféns dos filmes comerciais, o que não quer dizer que alguns deles não possam ter alguma utilidade.
Uma discussão importante a ser feita: a democratização do acesso à produção brasileira. Não parece estranho que os brasileiros não tomem conhecimento dos filmes que são feitos em seu próprio país? O mesmo vale para a música e o teatro. E a escola não pode se furtar a esta discussão. Na escola acontece a formação do público, seja que tipo de público for.
Compreender a educação como limitada à escola é limitar tanto a escola quanto a educação das pessoas. Para usar uma imagem, podemos dizer que a formação acontece em rede, numa teia. Tudo o que cai ou que é agarrado na teia torna-se parte dela. Uma música, um bicho ou um conceito em forma de pedra. “Caiu na rede é peixe”, diz o ditado popular. Assim acontece com a gente. A experiência mais ridícula, o inseto menos interessante...tudo faz parte da nossa formação. Às vezes uma palavra rude ou um breve olhar nos sensibilizam mais do que um grande acontecimento. Na rede intrincada da nossa memória as coisas não estão separadas, fechadas. Por isso a técnica e o pensamento técnico não podem dar conta de toda vida. São formas de pensamento úteis, mas muito pobres para dar conta da existência toda. Isto que os grandes poetas já compreenderam há milênios.

14 abril 2010

Um coração e um sonho

Hoje ouvi um coração batendo. Meu filho ou minha filha repousa sem medo nem pensamento no útero da amada. Do tamanho de um grão. E ele ou ela é todo coração.
Um embrião.
Sensação estranha pensar-se pai.
Nunca havia parado para pensar que antes de tudo somos um coração. E que a partir dele é que tudo o mais que chamamos "eu" se cria.

Hoje ouvi teu coração batendo. Se há um lugar que possa ser chamado de sagrado, esse é o som que nele ressoa. Teu coração te inicia nas minhas sendas de pai.


Um sonho
Hoje, num sono profundo no meio da tarde (motivado por uma gravidez que eu divido), sonhei que revirava um lixo. E o que encontrava? Enormes pacotes abertos de doces, chocolates, intactos. Eu que nem sou ligado nisto, acordei com a boca doce.
Como é isso de revirar no lixo e encontrar tanta doçura?
Psicanalistas me ajudem...

10 abril 2010

CAZUZA

Escrevendo para a Adriana Deffenti, que vai fazer um show em homenagem ao Cazuza dia 25 em Porto Alegre, lembrei de um textinho que coloquei no meu livro "A caixa de perguntas" (ainda em busca de editora)...
Aí vai.


Cazuza

No sacolejar sonolento do trem após um dia pesado de trabalho ponho os olhos no livro de minha amiga. Ela o abre num gesto quase ritual de respeito. É o “songbook” de Cazuza. A primeira frase de cada canção me carrega para dentro da música inteira, e me impressiono por saber na ponta da língua suas letras. Nunca havia parado para pensar na influência que o garoto rico, educado pelo sol e pelas areias de Ipanema, teve sobre minha formação de menino pobre habitado por piolhos e incomodado pelos bichos de pé.
Cazuza me parecia apenas mais um naquela cena toda do rock dos anos oitenta. Gostava de sua irreverência e do jeito de menino que recém aprontou alguma. Cantava alegre as músicas de sua banda, que tocavam no rádio. Porém, numa certa noite de domingo de minha adolescência, esse rapaz disse coisas que mexeram com minha forma de perceber o mundo. O ano era 1988.
Ao vivo e em rede nacional, vi e ouvi alguém falar com uma abertura e liberdade como não havia ainda percebido. O programa se chamava “Cara a Cara” e era apresentado por Marília Gabriela. Olhando docemente nos olhos da entrevistadora e com uma certa clarividência, Cazuza deixou-se descobrir e falou claramente sobre as drogas, o sexo, a juventude, a política.
Naqueles tempos já se falava muito em AIDS, e o vírus assustava. A direita religiosa falava em castigo divino. Cazuza era portador, o que significava quase uma sentença de morte. Entretanto, não estava preparado ainda para revelar publicamente. Muitos anos depois, ouvi da boca da própria Marília que durante um dos intervalos daquele programa ela havia tentando convencê-lo a falar a verdade, pois isso lhe faria bem. Ele respondeu “não” à pergunta, embora já estivesse no disco a frase reveladora: “O meu prazer agora é risco de vida”.
Cazuza deparou-se com sua finitude e isto amadureceu o homem e o artista. Nada mais de letras inocentes sobre casos fugazes. A voz cada vez mais rouca e fugidia tocava nas questões básicas da existência, com uma profundidade poucas vezes vista na música popular brasileira. Um mês antes de desaparecer e com uma palavra apenas, Raul Seixas definiu-o muito bem: “visceral”.
A revelação de que tinha a doença abriu as portas para a discussão pública sobre ela. Outros artistas antes dele haviam morrido em silêncio e abandonados por todos. Cazuza, ao contrário, levou multidões a seus shows. Multidões que choravam e pensavam estar assistindo a uma espécie de lenda viva. Mas não era uma lenda que estava ali, era um homem, um artista sensível que soube captar o “espírito” de seu tempo e de certa forma antecipá-lo.
O que dizer de uma canção como “Ideologia”, por exemplo? Quando escreveu a letra, ele sequer sabia o significado da palavra. O Muro de Berlim ainda não havia caído, mas aparece na TV um irreverente e crítico Cazuza jogando no mesmo saco os símbolos do cristianismo, do comunismo, nazismo, etc. Estávamos no início da ascenção da esquerda no Brasil (que Cazuza também apoiava), e no entanto ele pedia uma ideologia para viver. Parecia um desencanto anunciado, um prenúncio da decadência dos anos noventa, em que a indústria de cultura produziria o que gerações futuras – se tiverem dois neurônios para se encontrar – sequer chamarão de música. Em outras letras há uma sensibilidade criativa, como na tirada tipicamente nietzscheana “mentiras sinceras me interessam”.
O disco “Burguesia” é seu último trabalho em vida. Lembro que a primeira vez que ouvi a música tema do trabalho, chorei copiosamente. Mais uma vez ele estava dizendo aquilo que boa parte da minha geração estava pensando e querendo. Cazuza, o menino rico e mimado, se voltava radicalmente contra sua classe social, assim como em outro contexto havia feito Sartre. “Porcos num chiqueiro são mais dignos que um burguês”, ele diz enraivecido. É a denúncia mais ácida e explícita contra a elite brasileira.
No clipe da música ele aparece com os pais em um iate, enquanto crianças pedem esmolas. “Sou rico mas não sou mesquinho/eu também cheiro mal”, Cazuza vai dizendo, enquanto explica que nem todos querem abandonar o país com uma pasta cheia de dólares. Há também nesta elite econômica aqueles que pensam em construir um país.
Este disco encerra com uma belíssima canção chamada “Quando eu estiver cantando”, onde ele fala que a música é aquilo que o mantém vivo. E assim foi. Cazuza viveu enquanto pôde cantar. Esta canção vislumbra a morte iminente, e é ao mesmo tempo um poema triste e apaixonado pela vida.
Posso ser um exagerado, jogado aos seus pés, mas tenho a intuição de que permanecendo vivo Cazuza se transformaria em um outro Vinicius. Um destes grandes poetas populares que encantam a todos e a tudo em que tocam. E compõem poemas e escrevem canções que depois viram a alma de um lugar; aquelas coisas lindas que se transformam no que há de mais belo no senso comum de um povo.

08 abril 2010

Sobre o Santo Daime

Creio que a primeira vez que ouvi algo sobre o hayauasca foi na viagem a Machu Picchu, no Peru. É claro que fiquei curioso para conhecer aquilo que os incas já reverenciavam há muitos séculos. O hauasca tem esse nome e alguns outros próximos. É um chá, uma bebida considerada sagrada pelos incas.
No Peru fala-se que a cidadela de Machu Picchu teria sido um dos últimos refúgios dos sacerdotes mais elevados e das Virgens do Sol. Ali morreram muitos e dali partiram em direção à Amazônia profunda. Em algum lugar remoto da mata densa houve um encontro. Um inca ou um grupo topou com os povos amazônicos; talvez várias nações.
Num destes verdadeiros milagres do sincretismo religioso brasileiro, um caboclo iluminado cria uma religião. Ele bebe a bebida sagrada e Nossa Senhora lhe aparece, pedindo para que construa a igreja do Santo Daime. Arrisco dizer – sem nenhuma autoridade no assunto – que o Santo Daime é a mais brasileira das religiões. Estrelas de Davi iluminam tranquilas um céu de divindades da Umbanda. Jesus vem falar com sua voz pausada aos pretos velhos. Tudo é mistura, diálogo, aceitação.
Já fui um singelo participante de alguns rituais por aí. Participei como “o estrangeiro” em longos cultos evangélicos na madrugada do Chile. Dancei com os Hare Krishna e comi seus pratos doces. Fui educado e deseducado pelo cristianismo católico. Me deleitei com danças árabes de culto, e com uma sacerdotisa se transformando em todos os animas na sua dança de origem indiana.
Sempre entrei de passo leve nos locais de qualquer culto. Embora em geral me reconheçam como um ateu sincero, quase sempre fui recebido de braços abertos pelas pessoas religiosas. De algumas delas me tornei mesmo interlocutor, o que me dá uma grande alegria. É um preconceito perigoso julgar que todo religioso é um pedófilo em potencial, ou um moralista conservador que prega castidade e pratica as maiores perversidades. Há de tudo do bem e do mal “demasiadamente humano” em todo lugar – das igrejas aos jardins de infância.
Participei de alguns rituais do Daime também. Para um certo desagrado meu de jovem urbano e meio anárquico, os rituais eram todos “excessivamente” regrados e organizados. Eu esperava um efeito muito parecido com um passeio pela sonoridade dos Mutantes ou da psicodelia rockeira dos setenta. Que nada.
Em primeiro lugar, você não bebe o Daime se não houver participado de uma celebração antes [me perdoem a palavra celebração, se ela estiver mal empregada]. Alguém que estivesse ali apenas para tirar onda, já desistiria nesse primeiro contato.
Só conheci o chá, o elemental, na segunda ida minha a uma comunidade daimista. O gosto me pareceu terrível, não me agradou de jeito nenhum. Meu estômago chegou a tremer. O veículo lhe leva para onde você guia. Como descrente, não tive as “mirações” que teria uma pessoa que crê. Mas foi no Daime que escutei, emocionado, uma leitura que só depois entenderia como sendo a iniciação dos cristãos: o sermão da montanha. Em uma igreja provavelmente eu jamais seria tocado por aquele texto, aquela conversa séria entre homens simples reunidos em uma montanha.
Quando ouço ou leio alguém que fala negativamente do Santo Daime, lembro das minhas experiências, as (poucas) vezes que o ingeri. O que me “desagradou” no Daime foi exatamente o que seus detratores não percebem: trata-se de uma religião, e uma religião extremamente séria e organizada. Você sempre é chamado de volta ao ritual. Não há nenhum sentido em ligar o chá com a loucura ou com a violência, como tenta fazer uma certa direita frígida.
Ainda bem que ao hauasca não é dado o mesmo tratamento que a outros elementais. Agora o ataque é contra o Daime, mas o alvo é a discussão maior sobre uma nova política sobre drogas.
Sempre que se fala no Brasil em mudar as leis sobre drogas, surge a mesma reação. Um certo discurso moralista se faz de bonzinho e é contra qualquer mudança. Então o tempo passa e tudo permanece como está. Polícia subindo morro atirando, repressão, violência, tráfico. A quem interessa não mudar as leis no Brasil?
Vamos falar sério sobre drogas? Eu sugiro discutir as propagandas de cerveja. Segundo a Organização Mundial de Saúde, algo como 10% da população brasileira é em alguma medida dependente do álcool. Esta é a nossa tragédia nacional. Aí está a porta de entrada para qualquer outra droga, para as mortes no trânsito, para a violência contra as crianças e contra as mulheres.
Eu quero ver a Globo, a revista Veja, Isto É etc... se negando a veicular propaganda de bebidas alcoólicas. Quando fizerem isso, vamos começar a discutir seriamente o tema drogas no Brasil. Mas não precisamos esperar por eles. Já passou da hora de mudar a legislação.
Enquanto isto não acontece, segundo o cronista Bezerra da Silva, a culpa continua sendo do vizinho que atirou a semente no quintal...