tag:blogger.com,1999:blog-5535664525539102982024-03-18T00:39:27.040-07:00Blog do EleniltonUm blog para compartilhar ideias e impressões sobre este mundo malucoUnknownnoreply@blogger.comBlogger331125tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-63466146336028817732022-12-09T09:17:00.002-08:002022-12-09T09:17:25.324-08:00<p> <span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Ela tem 15 anos e luta contra a depressão. Seus braços marcados revelam sua dor. Rejeitada na escola e invisível nas ruas. Na solidão dos dias ela vai tentando reunir forças para viver e sonhar. Este livro é seu diário. Um caderno que a acompanha e onde registra seu cotidiano na escola, os amigos, a família, em textos e desenhos que rabisca pelas páginas.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-U5h6chq3Tz-kdzj8eKGOs3hK644pgGskVO6_KuVKUv3O2HAQOWRJ3jga1dppfgrS8sfTpKTngjsb9_PT873SuD6pyLEDKQlvu6Uz-kpwDWkO2hYxfFZwMLNhmzWSM2Xx77xl4i0pA5IMZ78XtUnypqSa6xh_vKmBpkfZPfW8GSoFX8X3np0FL_30JA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="800" data-original-width="560" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg-U5h6chq3Tz-kdzj8eKGOs3hK644pgGskVO6_KuVKUv3O2HAQOWRJ3jga1dppfgrS8sfTpKTngjsb9_PT873SuD6pyLEDKQlvu6Uz-kpwDWkO2hYxfFZwMLNhmzWSM2Xx77xl4i0pA5IMZ78XtUnypqSa6xh_vKmBpkfZPfW8GSoFX8X3np0FL_30JA" width="168" /></a></div><br /><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Por que ler este livro?</span><br style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;" /><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Para entender melhor a depressão, que é real. O sofrimento das pessoas é verdadeiro, e você precisa pensar melhor sobre isto. Pare. Leia. Entenda.</span><br style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;" /><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">“A Felicidade é um quase nada” é um romance que fala sobre depressão e adolescência, sempre a partir do olhar de uma garota de 15 anos.</span><br style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;" /><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">É ela que nos conta sua vida, suas paixões e sonhos.</span><br style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;" /><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Esta é uma história que joga luz sobre um drama de milhões de pessoas, jovens e adultos de todas as idades.</span><br style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;" /><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Abra o livro e embarque no universo particular de uma adolescente, onde o mistério e o poder dos afetos podem transformar a realidade.</span><p></p><p><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Meu novo livro foi lançado na primavera, em várias feiras do livro: Porto Alegre, Osório, São Leopoldo.</span></p><p><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">Está disponível nas livrarias e lojas virtuais, e também no site da editora Libretos: www.libretos.com.br</span></p><p><span style="background-color: white; color: #6c6d74; font-family: Roboto; font-size: 16px; text-align: justify;">@eleneukamp</span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-58298241133735276792022-04-13T12:11:00.003-07:002022-04-13T12:19:27.678-07:00A procuraEu te procuro nos becos, nas ruas, <div>no meio das gentes,
entre manequins pálidos, </div><div>vitrines, sonho,
sono </div><div>e cheiros de urina e pipoca </div><div><br /><div> Eu procuro sedento
o teu olhar
sob as máscaras,</div><div> as marquises,
as cores difusas do dia
</div><div><br /></div><div>Quero te convidar
para que </div><div>venha comigo
inventar um amor </div><div><br /></div><div> Pode ser bem pequeno, esse amor </div><div>que caiba na eternidade
de uma noite
ou</div><div> na beleza despudorada </div><div>da lua cheia
nascendo no mar </div><div><br /></div><div> Pode ser bem grande, esse amor </div><div>sem cabimento, nem limite
de tempo, </div><div>espaço,
de loucura e lucidez </div><div><br /></div><div> Eu te procuro
pra dividir </div><div>esse sonho modesto</div><div> de
mudar o mundo </div><div>dentro
e fora de nós
</div></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-57419186815057849902022-01-20T14:50:00.001-08:002022-01-20T14:51:05.172-08:00Elza Soares por ela mesma
'Um dia descobri que cantava.
O meu filho mais velho João Carlos estava morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não queria perder mais um.
Eu não tinha dinheiro pra cuidar do meu filho e ouvi no rádio que o programa do Ary Barroso de calouros Nota 5, estava com o prêmio acumulado. Não sei como, mas eu sabia que ia buscar esse prêmio!
Fiz a inscrição e me avisaram que eu precisava ir bonita. Mas eu não tinha roupa nem sapatos, não tinha nada! Então, eu peguei uma roupa da minha mãe, que pesava 60kg e vesti, só que eu pesava 32kg, já viu né? Ajustei com alfinetes. Tudo bem que agora é moda ne? Hoje até a Madonna usa, mas essa moda aí fui eu que comecei viu? Alfinetes na roupa é muito meu, é coisa de Elza!
No pé coloquei uma sandália que a gente chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!
Quando me chamaram, levantei e entrei no palco do auditório. O auditório tava lotado, todo mundo começou a rir alto debochando de mim
Seu Ary me chamou e perguntou:
- O que você veio fazer aqui?
- Eu vim Cantar!
- Me diz uma coisa, de que planeta você veio?
- Do mesmo planeta seu Seu Ary.
- E qual é o meu planeta?
- PLANETA FOME!
Ali, todo mundo que estava rindo viu que a coisa era séria e sentaram bem quietinhos.
Cantei a música Lama.
O Gongo não soou e eu ganhei, levei o prêmio e meu filho está vivo até hoje, graças a Deus!
De lá pra cá, sempre levo comigo um Alfinete.
Naquela época eu achava que se tivesse alimentos pros meus filhos, não teria mais fome. O tempo passou e eu continuei com fome, fome de cultura, de dignidade, de educação, de igualdade e muito mais, percebo que a fome só muda de cara, mas não tem fim.
Há sempre um vazio que a gente não consegue preencher e talvez seja essa mesma a razão da nossa existência.'
Elza SoaresUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-83364619009466893232021-12-03T16:57:00.002-08:002021-12-03T16:57:42.173-08:00Segue à venda na Amazon o e-bookSegue à venda na Amazon o e-book.
<script defer type="text/javascript" src="https://www.topleituras.com/embed.js"></script><ins class="topleituras-embed" data-titulo="A mulher que matou o presidente" data-slug="mulher-matou-presidente-4e95"></ins><noscript><a href="https://www.topleituras.com/livros/mulher-matou-presidente-4e95">A mulher que matou o presidente</a></noscript>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-14545915723328287902021-10-02T10:53:00.003-07:002021-10-02T10:53:32.584-07:00Fica filosofia, sai retrocesso!
Segundo o que me disse um livro, as antas são mamíferos enormes e pesados. Criam um caminho no meio da mata que atravesse sua comida e chegue até alguma fonte de água. O caminho das antas é seguro. Todos os dias elas retornam por ele até a comida e a água.
As onças vasculham muitos caminhos. E gostam de comer antas. O caminho das antas até pode ser seguro, mas no momento em que uma onça o encontra não há mais nenhuma saída. A onça sabe que basta apenas deitar na moita e ficar esperando. Antas são previsíveis. Onças são implacáveis.
Brinco com os alunos desenhando um caminho de anta no quadro. E o riachinho mal rabiscado lá embaixo, onde ele sempre dá.
A metáfora pode ser pobre, confesso. Porém, o objetivo é nobre: Ressaltar a importância das aulas de filosofia.
Não cabe à Filosofia mostrar caminho nenhum a ninguém (para isto temos os condutores de almas em vários formatos e preços). Ela nos abre a possibilidade de vislumbrar outros caminhos, atalhos cheios de descobertas. Mostra um mundo onde só havia um muro, e aí estou sendo quase literal. Na sala de aula ela trabalha conceitos, que podem vir da tradição do pensamento ocidental ou da linguagem da quebrada.
Lembro agora de um aluno, na Restinga, que depois de uma rica discussão durante a aula veio me comunicar uma decisão. “Sôr, sabe eu pensei...não vou mais trazer o ferro pro colégio”. Aí entendi o fato de que ele passava o tempo todo com a mochila nas costas, mesmo durante o intervalo. Andava armado por medo. Um medo que foi desmontado a partir das falas dos próprios colegas, no meio de uma aula de filosofia. Aquela discussão, daquela forma, só aconteceria naquela aula.
Porto Alegre foi uma cidade pioneira quando resolveu incluir no currículo das escolas municipais a disciplina de filosofia. Uma bela oportunidade oferecida a jovens de periferia, no ensino fundamental. Afinal, por que a filosofia deveria ser apenas privilégio dos matriculados em escolas de classe média alta e ricos?
As aulas de filosofia muitas vezes antecipam questões que depois se tornam assuntos de todos. Nos últimos dez anos um dos grandes temas foi a depressão, em suas mais variadas expressões. A depressão como doença, como perda, ansiedade, e até como a tristeza de não poder sair de casa à tarde porque o traficante da rua proibiu.
Quando estudamos, por exemplo, a mediania de Aristóteles, é a vida que surge. Como encontrar o equilíbrio entre dois excessos? Onde está o meio termo entre o medo de sair do próprio quarto (covardia) e a sensação de que posso fazer qualquer coisa na rua (destemor)? Como chegar a uma boa alimentação, que não seja nem exagero no comer, nem passar fome para tentar ter “um corpo perfeito”?
A vida acontece e é pensada enquanto se discutem grandes temas e filosofias variadas: Epicuro, Platão, Simone de Beauvoir etc. Outro dia, uma aluna de C10 (corresponde em idade a antiga sexta série), me disse que havia pensado sobre as coisas que ela comprava (e que não precisava) depois de uma aula sobre Diógenes. Durante a aula, em nenhum momento foi utilizada a palavra “comprar”, nem tampouco “consumo”. O pensar acontece como construção a partir da provocação trazida pelo filósofo. Não é um discurso do professor.
Há várias formas de trabalhar esta disciplina nas escolas, e a variedade de abordagens deve estar próxima ou igual ao número de professores e professoras. Isto é uma riqueza. O que há em comum é a tradição, a própria história da filosofia e os clássicos. Tudo o mais são experiências de aprendizado. Registrei uma destas experiências de sala de aula no livro “A Caixa de Perguntas” (Libretos), que enviei recentemente para a secretária de Educação de Porto Alegre. Outro dia podemos falar sobre ele. Agora preciso retornar às antas, onças e caminhos mais urgentes.
Não sabemos exatamente por que, mas a prefeitura de Porto Alegre, através de sua Secretaria de Educação (SMED), resolveu simplesmente retirar a filosofia do currículo das escolas. E não só. História e Geografia também tem seus horários reduzidos. Não sei, mas corremos aí o risco de construir um caminho de anta perfeito. Para ocupar este vazio curricular criado, ela pretende aumentar a carga horária de Português e Matemática, e inserir como um período fixo o Ensino Religioso (que é facultativo).
Em troca, a prefeitura promete criar “possibilidades de um um trabalho interdisciplinar de Filosofia desde os anos iniciais...”, o que significa que não deve acontecer nada. As pessoas gostam de usar certas palavras para disfarçar o que está evidente. A única justificativa usada é “a adequação à legislação vigente”. Mas aí temos um outro problema: a prefeitura usa a legislação estadual e esquece que neste sentido somos regidos pelo Conselho Municipal de Educação.
Talvez a atual administração queira deixar suas garras, suas marcas na educação da cidade. Como uma onça? Não creio. Só se for uma onça que queira agradar às antas que acreditam nas tolices dos grupos de terra plana do WhatsApp. Como aquela mãe que retirou seu filho da escola ao descobrir que ele era gay. Segundo ela, o filho teria sido ensinado a ser assim.
Economia de recursos? Também não parece, pois precisariam contratar professores. Além disto, acabam de nos roubar vários direitos e anos de aposentadoria, e já haviam destruído nosso plano de carreira. Estamos há vários anos com os salários congelados. Por que então? Como diria um amigo mais velho, “só sei que nada sei”.
Outro argumento seria que precisamos de mais Português e Matemática, porque estas disciplinas são cobradas nas provas nacionais de avaliação. Esta é uma visão pobre de educação, por várias razões. E mais horários poderiam ser oferecidos no contraturno como aulas de reforço, laboratórios de aprendizagem etc. De qualquer forma, é preciso dizer: as coisas são mais complexas. Não é apenas uma questão de tempo, mas também de fome, miséria, contexto. Basta observar os mapas de resultados. Quanto mais periférica a escola, piores os resultados. Retirar a filosofia não aumentará índice algum. Só irá empobrecer o repertório oferecido. É como prometer melhorar a alimentação de alguém, retirando um dos ingredientes do prato.
Vivemos um momento estranho. Em tempos bem recentes, os políticos enchiam a boca falando em educação. Educação era a solução de tudo, e todos prometiam investir nela. Nas propagandas o fulano “construiu tantas escolas infantis”, “abriu tantas vagas nas escolas”, “melhorou a merenda escolar”. Imagens de crianças brincando felizes e de escolas limpinhas e reformadas ocupavam a propaganda eleitoral. As mães apareciam sorrindo e elogiando.
Agora talvez teremos prefeitos babando em frente às câmeras, aos gritos: “Eu acabei com essa farra de filosofia!”, “Eu proibi aula de história..pra que estudar história?”, “Ninguém precisa de geografia”, “Pensar é coisa de fresco!”, e por aí vai. Sempre com uma turba de alucinados para aplaudir. Triste é perceber que pessoas com formação em educação se prestem a fazer o serviço sujo, tentando passar verniz sobre dejetos. Não sei a quem pensam enganar.
Quando comecei meu caminho como professor, há 25 anos atrás, havia uma espécie de clichê no ar. A ideia de que ao poder, ou aos “poderosos” não interessava um povo educado. Hoje percebo o quanto fazia e faz sentido. O empobrecimento de educadores e educadoras é um projeto, assim como a tentativa clara de eliminação de tudo o que lembre reflexão. São retrocessos bem planejados. Estamos diante da tentativa de mais um, na cidade que já foi um dia um porto alegre para a cultura e a educação.
Fica Filosofia, sai retrocesso!
Elenilton Neukamp, professor de Filosofia da rede municipal de Porto Alegre.
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-91519212948424727802021-08-27T04:36:00.003-07:002021-08-27T05:25:49.065-07:00A filosofia e o caminho das antas
Meus alunos perguntam onde nasci. Aproveito a deixa.
Nasci em Poço das Antas. A inevitável pergunta: quem nasce lá, o que é? Sempre tem um engraçadinho pra caçoar lá no fundo da sala. Eu também acho graça.
Segundo o que me disse um livro, as antas são mamíferos enormes e pesados.
Criam um caminho no meio da mata que atravesse sua comida e chegue até alguma fonte de água. Seguem sempre aquele mesmo caminho estreito.
O caminho das antas é seguro. Todos os dias elas retornam por ele até a comida e a água de novo.
As onças vasculham muitos caminhos. E gostam de comer antas. As onças não são vegetarianas.
O caminho das antas até pode ser seguro, mas no momento em que uma onça o encontra não há mais nenhuma saída. A onça sabe que basta apenas deitar na moita e ficar esperando.
Antas são previsíveis. Se imaginam geniais nas certezas que construíram trilhando sempre o mesmo caminho.
(Ah, leitor, deixa de ser chato! É claro que eu sei que anta "não se imagina genial coisa nenhuma". É só um jeito de dizer, de inventar uma imagem pra dizer uma coisa...tá entendendo?)
Já posso até imaginar uma velha anta dizendo: "Isto eu sei muito bem, já faço isso há trinta anos!".
As antas apenas repetem os mesmos comportamentos, o mesmo padrão. Por isso se tornam a comida predileta das onças. As antas pensam que tem muita experiência, mas o que elas têm é muitos anos de repetição.
É só aguardar, sabem muito bem as onças. Você anda por todos os lados, fareja bem, vasculha...e aí está o caminho da anta.
É um pulo só. Vapt vupt! E está pronta a refeição. Calorias para muitos dias. Humm...delícia!
Brinco com os alunos desenhando um caminho de anta no quadro. E a aguinha la embaixo, que é onde o caminho sempre dá.
Um caminho é fácil de decorar e talvez até passe uma grande sensação de segurança. Mas a onça atravessa os caminhos - a onça que vem travestida de mil mantos e faces.
Na vida possivelmente existam bilhões de possibilidades de caminhos, tantas quantas esses bilhões de pessoas que somos poderiam imaginar.
Então por que se contentar apenas com aquele caminho das antas?
Há muitos outros caminhos por se descobrir e inventar.
Não cabe à Filosofia mostrar caminho nenhum a ninguém. Isto quem faz são os pastores de almas e os políticos. "Tudo gente fina, meu advogado jura", como disse o Raul Seixas.
Mas ela nos ajuda a inventar outras rotas, outros atalhos que subvertam a dureza do asfalto e a retidão das linhas que dividem as vias da vida.
A filosofia constrói e destrói conceitos. Mostra um mundo onde só havia um muro.
Dizem que é prima-irmã da poesia, mãe da ciência (que às vezes é filha pródiga), despertadora de rebeldias para muito além da adolescência.
Filosofar não é luxo. É necessidade.
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-91957641448379260582021-02-26T17:52:00.005-08:002021-02-26T17:52:32.334-08:00Sidekum<p> Antônio Sidekum nos deixou ontem. Como tudo nesta pandemia, até a terrível notícia da morte de um amigo chega de um modo estranho. </p><p>Muito falamos sobre a morte, eu e o Antônio. Tema dos existencialistas. Apesar de ter sido seminarista e de ter por toda a vida contato com religiosos, ele era ateu. Radicalmente ateu, eu diria. Porém, colocava em prática o que defendia em sua produção intelectual: o diálogo, a abertura para o outro (este estranho).</p><p>Conheci o filósofo Antônio Sidekum pelo caminho da política. Acho que é a primeira vez que falo sobre isto, assim publicamente. E não lembro se voltamos a este tema. Ele me procurou, isto lá pelos anos noventa, para fazer parte do Partido Verde. Eu era presidente do partido na cidade, e ele pretendia entrar na discussão pública. Maluca a vida. Lembro que fiquei umas duas horas esperando por ele, durante uma aula incompreensível para mim. Conversamos sobre os problemas do mundo, a natureza... Por ser um cara introvertido, esse projeto não andou. Assim como o PV. </p><p>Depois fui seu aluno de Filosofia, e foi onde nossa amizade iniciou. </p><p>Antônio Sidekum foi um dos meus grandes professores, um de meus mestres na filosofia. Professor incrível. Sempre ligava o assunto, ou o filósofo abordado, com a história e a cultura da época. Sempre havia a dica de um filme para entender melhor o ambiente daquele autor. Um livro, vários livros. E música. "Para entrarem no clima do pensador, escutem o movimento tal do autor tal...". Uma pessoa de uma cultura vasta. E de uma generosidade vasta também.</p><p>Suas aulas não tinham intervalo, e ninguém sentia falta. Íamos direto, do início até o último minuto. Quando a disciplina era na sexta, muitas vezes a aula seguia fim de semana adentro. A turma era convidada a fazer um banquete filosófico. No outro dia estávamos lá em sua casa, cada um levava algo para comer, uma garrafa de vinho, algo para alegrar o coração. Tudo se discutia ali. E ele trazia livros, textos originais. Até quando falava em comida tinha o que ensinar. Ninguém saía de mãos ou mente vazia. Com o tempo, nós mesmos passamos a organizar estes banquetes, onde escolhíamos um autor para ler e discutir.</p><p>Na sua casa de São Leopoldo havia uma torre de observação, onde ele ia nas noites de tempestade. Era uma espécie de refúgio. </p><p>Criou uma editora, a Nova Harmonia, por amor à cultura e ao conhecimento. Investia seu dinheiro no que acreditava. Por ela, publiquei meu primeiro livro, sobre Nietzsche. O segundo, foi uma história que ele me encomendou, sobre um monge e uma freira. Um amor proibido. O livrinho era vendido juntamente com o licor de nozes, delicioso, que ele produzia. A história do amor proibido talvez tivesse relação com sua dificuldade em lidar socialmente com seus amores. </p><p>Tínhamos um projeto de livro para registrar a sua história. Antônio foi torturado durante a ditadura, quando era estudante de filosofia em Viamão (RS). Depois da prisão e da tortura, acordou em plena Praça da Alfândega (Porto Alegre), nu e todo machucado. Demorou para lembrar quem era. Esta experiência terrível era um trauma. Um dia me mostrou os documentos, que ele conseguiu através da OAB de São Paulo, que os serviços da repressão fizeram sobre ele. Eram fotos, relatos de gravações, fichas policiais. Tudo em detalhes. Até festas em que esteve, conversas em acampamentos de juventude. Sempre havia um espião, um verme à espreita. O fato dos torturadores não terem sido condenados lhe causava repugnância. </p><p>Lutava pelos direitos humanos e sempre a favor dos "condenados da terra". Isto já basta para engrandecer um homem.</p><p>Estou aqui escrevendo várias coisas. Mas o que quero dizer mesmo é que dói perder um amigo. Sua obra, seu trabalho intelectual segue vivo em sua produção, nos livros que escreveu, editou e ajudou a divulgar. As longas tardes de conversas, as piadas, a amizade, ficam na memória. No coração.</p><p>Triste. Porém, "é preciso arrancar alegria ao futuro". </p><p>Antônio Sidekum, presente!</p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-62884085815553251292021-01-15T09:05:00.000-08:002021-01-15T09:05:00.503-08:00Sobre o circo de horrores<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Os nazistas e outros tantos seres doentios saíram dos esgotos e invadiram o Congresso americano.</span></p><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">O Homem Aranha não jogou nenhuma teia, o Super Homem não voou nem perto, e o Batman nem se moveu em sua mansão.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Não surgiram magicamente aviões e super máquinas.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Foi o que foi. </div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Penso que já passou da hora de vermos os Estados Unidos como o país é: Um lugar cheio de problemas e complexidades, como qualquer outro.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Os norte americanos não são melhores nem piores do que ninguém.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Esta fantasia de que todo mundo lá é rico e anda em super camionetes, é isto, uma fantasia.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Dezenas de milhões de pessoas passam fome e tem carências básicas, como aqui. O sistema de saúde deles é um caos, e se você adoece e não tem dinheiro está literalmente falido ou morto.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Há pensadores e pensadoras americanas de alto nível, de todas as matizes. Há "gente boa" de todo tipo, que luta pela vida como nós lutamos. Mas há também uma massa de medíocres, estúpidos controlados por políticos e falsos profetas, uma massa celebrizada no personagem Homer Simpson.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Foi esse Simpson estúpido que esteve lá ontem, representado por um sujeito esquisito com dois chifres na cabeça.. Ele está espalhado pelo mundo, e governa países.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">A relação com o Brasil é óbvia, e nem precisaríamos ler as análises para percebê-la.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Aqui há o agravante de que o crime organizado está se armando cada vez mais, com apoio explícito do governo e o silêncio da banda podre das Forças Armadas, preocupada com os carguinhos, medalhas e privilégios.</div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">É um circo de horrores sendo armado para o ano que vem.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-68144205092534112982020-11-02T04:36:00.000-08:002020-11-02T04:36:16.305-08:00Cabelos<p> Nas mulheres o cabelo carrega muito de simbólico.</p><p>Nunca é apenas um corte, uma outra cor ou um penteado diferente. É sempre algo mais, algo que está sendo dito.</p><p>Quando assumem os fios brancos pode ser o nascimento de uma nova mulher, uma virada de Saturno, a libertação ou o filho que vem.</p><p>Os cabelos crespos crescem como afirmação da identidade, como manifestação, a luta contra os modelos de uma cultura que oprime.</p><p>Tiaras, lenços e madeixas. Que venha tudo e que venha belo.</p><p>As mulheres com câncer se mostram sem eles ou cobrem de rosa suas cabeças. O cabelo continua falando, mesmo sem estar ali.</p><p>Não há quem não goste de ter os seus acariciados, homens e mulheres. Mesmo que sejam meia dúzia os fios sobreviventes.</p><p>Cabelos também podem acarinhar o rosto, grudar-se pelo corpo, se espalhar pelos espaços todos da casa, entupir o ralo do banheiro, demarcar o território enlouquecido da paixão.</p><p>Nós, homens, cortamos o cabelo e pouco ou nada acontece.</p><p>As mulheres, com dois lances quase inocentes de tesoura, mudam completamente o rosto e adquirem outra expressão.</p><p>A linguagem dos cabelos carece de leitura e olhos sensíveis. </p><p>E há cabelos para os quais se poderia, com prazer, render culto.</p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-62723633855911259422020-05-30T18:26:00.000-07:002020-05-30T18:26:39.208-07:00Carta a um amigo escritor
<style type="text/css">
@page { margin: 2cm }
p { margin-bottom: 0.25cm; line-height: 120% }
</style>
<br />
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Carta
a um amigo escritor</span></span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">Recebi
“As Cartas Místicas” no início da Semana Santa e dediquei-me
com entusiasmo a leitura. Tocou-me, como era o desejo do autor.
Tocou-me por dentro, alma, cérebro, vísceras. Tem muita vida e
muito sangue nessas cartas. Muita alegria e muita poesia, também. </span></span>
</div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">As
emoções mais conflituosas eu vivi, enquanto lia As Cartas Místicas
e outras alegrias crônicas. Senti que as outras alegrias crônicas
estabeleceram em minha mente a suavidade de um barco, deslizando em
uma calmaria oceânica. </span></span>
</div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">Caro
amigo Elenilton, seu texto efusivo encanta. Sua sutileza inteligente
em narrar fatos, apontando as agruras do cotidiano, movimenta a carne
do humano, que há em nós, e que muitas vezes está dormente ou
ausente, envolvida, na brutalidade de tudo.</span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">Destaco
algumas pela preciosidade do que ali está contido e pela intensidade
do que produziu em mim. Da percepção atenta de “Pájaros” à
serenidade delicada de “Sob o sol de Sagitário”, há uma
comovente fala, que circunda os dias e as horas. Não posso deixar de
apontar para a eloquência de “A saudade de uma cadeira vazia”,
bem como a solenidade de “Quando encontrei o nome dela”. Os ritos
quase litúrgicos de “A sopa” e o “Teatro do Teleco”, tem
lágrimas e sorrisos. E a alquimia orgiástica e estética atingem o
âmago do ser gente, na leitura de “Raul Seixas entre o Rock e a
Filosofia e Belchior. Ao ler, imaginando, “Aquela Mulher”, reuni
em mim a síntese da mística do que você quis mostrar.</span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">Suas
Cartas têm o manancial lírico, severo, crítico, amargo, lúcido,
doce, próprio dos que sabem escutar os sons do mundo e entrar na
dança das palavras, compartilhando saberes.</span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">Obrigada
pela alegria que suas cartas me fizeram viver.</span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">Cecilia
Pires</span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div align="left" style="line-height: 133%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="border: none; display: inline-block; padding: 0cm;"><span style="font-family: inherit;">(Cecilia Pires é Doutora em Filosofia, escritora e poeta. Esta carta foi publicada no Facebook, como comentário ao livro "As Cartas Místicas").</span></span></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-86405799299194671732020-05-26T18:58:00.000-07:002020-05-26T18:58:27.415-07:00Uma bela homenagem<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
O presidente reuniu um grupo de pessoas para homenageá-las. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Havia ali uma enfermeira, um policial, um gari, médico, socorrista, uma bombeira etc. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Cada pessoa representando um grupo destes seres que nos protegem, curam, organizam, higienizam.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Era um ato, um ritual, uma forma solene de dizer que todos respeitamos estas categorias, e que elas são essenciais nesse momento complicado da vida. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Um agradecimento coletivo, em nome de toda nação.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
O presidente ali representava a nação.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Três artistas cantaram uma linda canção, emocionante. As pessoas choraram, porque a arte tem esse poder de dizer as coisas de um jeito que todo mundo entende, ou que todo mundo gostaria de dizer.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Foi lindo. Foi importante. Foi respeitoso demais para que não se fale algo sobre aquele momento.</div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
E foi na Casa Rosada, a sede do governo da Argentina. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Deve ser muito bom ter um presidente. </div>
<div dir="auto" style="background-color: white; color: #050505; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Deve ser muito bom viver em um país minimamente civilizado.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-43490384818023551432019-05-15T18:36:00.000-07:002019-05-15T18:37:38.406-07:00As cartas místicas"As cartas místicas" é o nome de meu novo livro.<br />
Nestes tempos de notícias ruins, é sempre uma alegria noticiar algo bom. Oxigênio em meio à loucura. Um livro sempre é uma boa notícia.<br />
Minhas "cartas místicas" são uma coletânea de crônicas, pequenos textos, impressões sobre a vida.<br />
Algumas coisas estão aqui neste blog, que eu alimento bem pouco (mas tem um número impressionante de acessos).<br />
O conteúdo do livro é uma resposta a estes tempos de ignorância e obscurantismo. Uma tentativa de responder com leveza e sensibilidade a uma época de brutalidade.<br />
Em tempos de crise das editoras, resolvi fazer um teste com a publicação e comercialização via Internet. Está dando certo, embora muitas pessoas ainda não tenham acesso ou mantém o receio de comprar em um site. Entendo bem.<br />
O livro está sendo comercializado na Amazon. Há duas versões: o e-book e o livro tradicional em papel. As capas são diferentes, o conteúdo é o mesmo.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-suoyRth0YqBCtJSSnwVNkhMX887sKVIYUb5CB2Ja3Cm-zK-w6igO3zAE4nC6GhEIhllhvnCQljxqxYojCNmDjDkObaJxZLNUWwJDz2rSXnazu55eSBUzSOPDnWbmRS_E-HOJEFMBhciU/s1600/CapaCartasPapel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="499" data-original-width="333" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-suoyRth0YqBCtJSSnwVNkhMX887sKVIYUb5CB2Ja3Cm-zK-w6igO3zAE4nC6GhEIhllhvnCQljxqxYojCNmDjDkObaJxZLNUWwJDz2rSXnazu55eSBUzSOPDnWbmRS_E-HOJEFMBhciU/s320/CapaCartasPapel.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgifhi4IwdWyiPVAnDoTeeJU5PAQ-27dfYPRAZeDKiMS-CXyYrYUFrnKnAGjOOBWiXRFgj-b7R9ybXPXGQdDnpXZ8DnEV-NyVB_ZdC-SHx1fzfYrywP-f4bXsuYdeVP-WQFj5B4l9jIHdJO/s1600/CapaCartas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="314" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgifhi4IwdWyiPVAnDoTeeJU5PAQ-27dfYPRAZeDKiMS-CXyYrYUFrnKnAGjOOBWiXRFgj-b7R9ybXPXGQdDnpXZ8DnEV-NyVB_ZdC-SHx1fzfYrywP-f4bXsuYdeVP-WQFj5B4l9jIHdJO/s320/CapaCartas.jpg" width="200" /></a></div>
O e-book é comprado e automaticamente visualizado, via aplicativo Kindle, em qualquer celular, tablet ou computador. Bem barato (7,99) e bonito de visualizar.<br />
Já o livro em papel é encomendado e chega em torno de um mês depois na casa do leitor, da leitora. Com frete e tudo mais (ele vem dos EUA), fica em torno de 31,00. Razoável, me parece.<br />
Há pessoas que querem comprar um exemplar do autor, sem possibilidades de negociação. À medida dos encontros que a vida proporciona, vou repassando exemplares que encomendei pensando nelas.<br />
Bom, como as cartas são místicas, ele foi lançado em uma lua nova. E na próxima lua nova farei uma promoção de três dias, quando o e-book poderá ser baixado gratuitamente. Mais não digo. Vejam lá em www.amazon.com.br<br />
<br />
P.S. Como vocês sabem, há uma outra obra pronta. É urgente e fala de nosso tempo. Uma adolescente que conta sua história. Uma editora avalia. Mandem boas energias para que tudo dê certo. O misticismo é real.<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-16115156715222551532018-05-08T19:00:00.002-07:002018-05-08T19:00:40.728-07:00Teatro do Teléco<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; page-break-before: always; text-indent: 1.96cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;">A lona toda furada, como se fosse vítima de uma chuva de estrelas quentes, denuncia a idade e
os lamentos do tempo. Mas são sorridentes os seres que habitam o
espaço mágico do picadeiro. Sem palco, sem jogos hipnóticos de
luzes, sem propaganda, os artistas ainda iluminam o sonho de pequenos
olhos. Na saída olhei o horizonte que se via dali. E eram nuvens
carnosas que animavam o frio da noite.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;">Das sombras e das sobras do que
foi um dia um bom alojamento surge o homem. Seu rosto trilhado de
caminhos e habitado de olhares revela toda a grandeza de sua idade.
Suas mãos são geladas e seu espírito alegre agradece-me a ajuda, o
acaso formoso que nos pôs ali, frente a frente, dois homens assim
tão distintos e tão próximos. Seus cabelos são levemente
compridos, como se quisessem denunciar uma rebeldia que já não se
necessita estravagante. Ele é um palhaço. Normal assim, como um ser
humano que perdeu suas tintas deslumbrantes, poderia até fazer
chorar. Conta-me das últimas desgraças, essas pequenas bravas que
preferem pôr-se em nosso caminho provocando-o como adolescentes
cruéis. No estado de Santa Catarina o furacão triste jogou-os para
longe, sem dó algum dos cãezinhos, pombas, nem do palco carcomido
de passos e passos e saltos. Fugindo dele acabaram boiando nas
enchentes mais ao sul. E agora o começo de novo. E eu uma mão, mais
uma.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
“<span style="font-family: Liberation Serif, serif;">A grandeza está exatamente
em não saber o que vem amanhã, é disso que vivemos”. As palavras
do homem jogaram minha cabeça para girar no carrossel. Os pedaços
sonolentos dela foram até o carro e seguiram caminho até o trem,
até as ruas vazias de gente, até a casa. Crianças alegres comem
agora suas maçãs açucaradas e no seu lambuzo infantil nem percebem
que ainda me quedo ao lado, como um fantasma de tudo que eu não fui.
Uma parte do que sou e outra do que poderia ter sido navegam nos
aplausos do circo.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
<span style="font-family: Courier New, monospace;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Liberation Serif, serif;"><span style="font-size: small;">Teatro
do Teléco. A criança que eu fui reclama seu lugar no futuro e aos
prantos rasga o meu peito e pede passagem. Eu estou aqui.</span></span></span></span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
<br />
</div>
<style type="text/css">
@page { margin: 2cm }
p { margin-bottom: 0.21cm; direction: ltr; color: #000000; text-align: left; orphans: 0; widows: 0 }
p.western { font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; so-language: pt-BR }
p.cjk { font-family: "Arial Unicode MS", sans-serif; font-size: 12pt; so-language: zxx }
p.ctl { font-family: "Tahoma"; font-size: 12pt; so-language: zxx }
</style>
<br />
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.96cm;">
<br />
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-19163645025842938122018-05-08T18:56:00.000-07:002018-05-08T18:56:00.024-07:00Um dia de chuva<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; page-break-before: always; text-indent: 2cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;"><span style="font-size: small;">Ela
pousou o olhar sobre a foto do avô e da avó, como os conheceu:
velhinhos, meigos.</span></span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;">Olhando os olhos da avó não
pôde conter o choro.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;">- Que saudade vó! – disse de
si para si.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;"><span style="font-size: small;">E,
de repente, a saudade triste e melancólica deu lugar à alegria. Um
som suave vindo da rua fez-lhe virar a cabeça.</span></span></div>
<style type="text/css">
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p { margin-bottom: 0.21cm; direction: ltr; color: #000000; text-align: left; orphans: 0; widows: 0 }
p.western { font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; so-language: pt-BR }
p.cjk { font-family: "Arial Unicode MS", sans-serif; font-size: 12pt; so-language: zxx }
p.ctl { font-family: "Tahoma"; font-size: 12pt; so-language: zxx }
</style>
<br />
<div align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: Liberation Serif, serif;"><span style="font-size: 12pt;">A
calçada estava transformada em um tapete de mil cores e do céu caía
uma chuva colorida de pétalas.</span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-60525431267802667022017-11-05T16:40:00.000-08:002017-11-05T16:41:23.396-08:00Cães e homens<div align="justify" style="line-height: 0.35cm; margin-top: 0.42cm; page-break-after: avoid; page-break-before: always;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Pesquisas recentes têm demonstrado a
crescente disposição de boa parcela da população em preferir a companhia dos cães, em
detrimento aos de sua própria espécie: os humanos.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Mas não se animem os leitores da
filosofia pessimista de Schopenhauer, imaginando que sua fórmula
ranzinza popularmente conhecida como “quanto mais conheço os
homens, mais gosto dos cães” tenha, enfim, triunfado. Que nada! </span>
</div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">As pessoas cada vez </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><i>mais
</i></span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">gostam dos cães
simplesmente porque cada vez </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><i>menos</i></span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">
conhecem seus semelhantes (o Outro, este estranho). Os humanos,
bípedes, racionais, passageiros do século XXI, são a antítese de
homens profundos como Schopenhauer. Não se sabem nem querem saber, e
ainda por cima têm raiva de quem sabe.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2.03cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Com os avanços da biotecnologia e o
empobrecimento da linguagem, em breve poderemos ver cachorros de
óculos perguntando “por quê?” e humanos, pela rua, latindo e
carimbando os postes.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2.03cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Por algum tempo, talvez, o mundo
torne-se mais engraçado.</span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm; text-indent: 2.03cm;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div align="justify" class="western" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
“<span style="font-size: medium;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>...pois,
francamente, como se restabelecer da infinita dissimulação,
falsidade e malícia dos homens, se não houvesse os cães, em cuja
face honesta podemos mirar sem desconfiança? Nosso mundo civilizado
não passa de uma imensa mascarada. Ali encontramos cavaleiros,
padres, soldados, doutores, advogados, sacerdotes, filósofos, e o
que não mais! Porém estes não são o que representam: são simples
máscaras, sob as quais, via de regra, se situam especuladores
financeiros.” </i></span></span></span>
</div>
<style type="text/css">
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p { margin-bottom: 0.21cm; direction: ltr; color: #000000; text-align: left; orphans: 0; widows: 0 }
p.western { font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; so-language: pt-BR }
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</style>
<br />
<div align="justify" style="line-height: 0.35cm; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 16pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><i>Arthur
Schopenhauer (1788/1860)</i></span></span></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-76327141880742145412016-05-27T09:45:00.000-07:002016-05-27T09:47:17.966-07:00Bergamotas<span style="background-color: #7f6000; color: yellow; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;">Há mais de trinta anos atrás, um senhor, no fim da vida, plantou esta bergamoteira.</span><br />
<span style="background-color: #7f6000; color: yellow; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;">As filhas lhe perguntaram por que ele, tão velhinho, estava fazendo isto se não teria mais tempo para colher os frutos. Ele somente disse: "Estou plantando para as pessoas que vão vir depois de mim".</span><br />
<span style="background-color: #7f6000; color: yellow; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;">Pois hoje eu venho aqui agradecer este homem, que eu não conheci, por estas frutas gostosas que a gente come à vontade todos os dias.</span><br />
<span style="background-color: #7f6000; color: yellow; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;">Vamos plantar mais árvores, preservar as que existem, porque o mundo não acaba em nós. E que no futuro outras pessoas possam sentir o gosto doce da nossa ação hoje.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6f-pmtMfVEtW1fWDtbriKnsZZNs4zYlxh4hyphenhyphenuepJ32CXySxA_g6JQvw9MwfBCrP669HImPatz3_kh8XwDVIQLBG1-igoGaiwTLlUhhGs237WcH23OzMY4xQYs6uyNVbIvqnxlIGJ__yAb/s1600/bergamoteira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6f-pmtMfVEtW1fWDtbriKnsZZNs4zYlxh4hyphenhyphenuepJ32CXySxA_g6JQvw9MwfBCrP669HImPatz3_kh8XwDVIQLBG1-igoGaiwTLlUhhGs237WcH23OzMY4xQYs6uyNVbIvqnxlIGJ__yAb/s320/bergamoteira.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px;">P.S. A foto não é boa, mas as frutas são.</span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-53358923699391551782016-05-19T19:40:00.001-07:002016-05-19T19:40:46.178-07:00Carpinejar, o falso feio Foi num encontro frustrado com uma garota, numa praça remota de Paris, que o filósofo Jean-Paul Sartre descobriu que era feio. E por isto, teria que mostrar algo mais do que a mera aparência. E este "algo mais" era sua própria inteligência. Baixinho e estrábico, o jovem Sartre logo percebeu o poder sedutor das palavras.<br />
Hoje o escritor Fabricio Carpinejar veio fazer uma visita em nossa escola. Fabricio se diz feio, e insiste tanto nesta ideia que quase convence. Na infância sofreu com os apelidos maldosos que lhe eram dados. Mas não se calou. Desde cedo ele também soube o poder liberador que as palavras têm. Quem é excluído, quem sofre bullyng, quem apanha com palavras rudes precisa aprender a se defender. A sua defesa, a sua arma foi a inteligência. As palavras certas ditas na face suja do agressor.<br />
Fabricio falou com os estudantes. Nos contou suas histórias. Fez rir e talvez chorar. Entre uma graça e outra, quando sua platéia se abria em risos, ele vinha com uma fala certeira e forte. Falou sobre liberdade, sobre o medo que todos nós temos da tal responsabilidade. Não somos tímidos por medo de que algo dê errado. Não temos medo do fracasso. O nosso grande medo é que as coisas dêem certo, que aquela pessoa interessante nos diga sim. Pois o "sim" nos obrigará a agir, a sair de nossa zona de conforto.<br />
Eu conheci (como leitor) o Carpinejar quando ele assinava Fabricio Carpi, e trabalhava no jornal VS em São Leopoldo. Na mesma época eu escrevia crônicas para o jornal. As matérias jornalísticas dele eram impressionantes, porque iam muito além do fato. Eram textos carregados de sensibilidade poética e lirismo. Ele foi demitido porque era muito inteligente, e dizia a verdade em seus textos: algo imperdoável na imprensa brasileira. Fui seu leitor atento, e é incrível que só viemos nos conhecer pessoalmente vinte anos depois, embora tenhamos uma grande amiga em comum. O tempo tem seus caprichos.<br />
Fabricio hoje é mais conhecido por seu personagem midiático que, segundo ele, pretende usar o riso para confundir, mexer com as pessoas. Este personagem, esta persona risonha, divulga o poeta, o menino de olhar meigo que ele permanece sendo.<br />
Aos sete anos de idade, quando sua avó faleceu, ele fez seu primeiro poema. Morria a avó e nascia o poeta. Hoje tivemos um belo momento com este moleque poeta escritor, que de tão esperto quase consegue enganar dizendo-se feio.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNhpQs6mwpDOR0AZUdyVYQSyNKPnn_CnHEaEUO95APcj4JxVFEtd53M-QrRfg6KK4zZMAgxv4qLokDYHbcqNJtm4DFM3QPyctvj83ZjDqZSbt54ULkgYiTppLGgd0EqQ4m6vEiCHUzxYxA/s1600/13117968_1019525588129864_773433877_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNhpQs6mwpDOR0AZUdyVYQSyNKPnn_CnHEaEUO95APcj4JxVFEtd53M-QrRfg6KK4zZMAgxv4qLokDYHbcqNJtm4DFM3QPyctvj83ZjDqZSbt54ULkgYiTppLGgd0EqQ4m6vEiCHUzxYxA/s320/13117968_1019525588129864_773433877_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-70868324064906019872016-05-17T18:13:00.001-07:002018-05-08T19:01:08.262-07:00No meio das gentes<br />
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5017" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">No meio das gentes ela surge</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5016" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">com um sorriso que abre o caminho</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5011" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">por entre manequins, bandeiras e</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5015" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">cheiros de pipocas</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5014" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5012" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">ela vem sem medo, sem receio</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5013" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">de abrir com seus dedos dourados</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5036" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">a palidez cinza da tarde</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5037" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5038" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">ela tem um dom de surgir</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5039" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">aparecer de repente</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5040" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">e voltar a sumir</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5041" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">surgir, sumir, surgir..</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5042" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">como a natureza em ciclos</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5043" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5044" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">agora está diante dele</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5045" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">e o olhar de poeta</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5046" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">percebe a mulher em que</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5047" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">ela se tornou</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5048" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5071" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">os olhos negros descobrindo</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">o mundo</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">os cabelos lisos derramando-se</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">sobre a argola brilhante</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5070" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">um pouco de tudo nas mãos</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">nos bolsos, nas bolsas</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">garrafas de vinho doce</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">e na boca palavras meigas</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">que fazem valer a vida</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5069" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">telefones que tocam em silêncio</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">anunciando trabalhos</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">trens lotados que levam a</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5068" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">uma irmã com saudade</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">cada vez que abre o sorriso</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5067" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">cobre-o de pétalas</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">enquanto as gentes correm</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">em círculos, como formigas tontas</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">que fogem de chinelos imaginários</span></div>
<div class="yiv8717559518western" id="yui_3_16_0_ym19_1_1463533537619_5066" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">o poeta - que tanto maldizia a solidão -</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">naquele momento desejou voltar a ser só</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">para poder abrir uma porta no tempo</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">onde os dois pudessem entrar</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">no meio das gentes ela vai</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">com um passo leve que inaugura a noite</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">e abre atalhos por entre rostos</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">e pães de queijo</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">No outro dia</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">entre papéis, computadores e burburinhos</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">ela com “voz de criança”</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">pede textos, textos, textos</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">uma mensagem para relaxar</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">pede atenção</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">e o poeta tenta</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">com os braços abertos e</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">a música calma que ressoa em seu peito</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">retribuir as pétalas com</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">que ela o tatuou</span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br /></span></div>
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;">elenilton neukamp</span></div>
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px;" /></span>
<br />
<div class="yiv8717559518western" style="font-family: helveticaneue, 'helvetica neue', helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: black;"><br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px;" /></span></div>
<br clear="none" style="-webkit-padding-start: 0px; background-color: white; font-family: HelveticaNeue, 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 16px;" />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-49729363809434889222016-05-15T18:40:00.002-07:002016-05-15T18:47:09.165-07:00Noite estrelada Esta noite tive uma experiência incrível. Aproveitando a escuridão e a ausência de luzes artificiais, escalei dunas gigantescas para ver a imensidão do cosmos no céu estrelado.<br />
A pessoa que estava comigo jamais havia visto aquilo, pensou que as estrelas haviam mudado de lugar ou coisa assim. Era lindo demais o que se podia ver. As constelações tão próximas que quase se podia tocar com os dedos. Lhe disse que elas sempre estão lá, nós é que temos o olhar ofuscado pela energia elétrica.<br />
Passei todo o dia com as imagens deslumbrantes deste acontecimento onírico na mente.<br />
Talvez tenha sido influência da "Noite estrelada" de Van Gogh.<br />
Na última semana, passei trechos do clássico "Sonhos", de Akira Kurosawa, para duas turmas. Num dos episódios, o personagem está em uma exposição de obras de Van Gogh. Ao observar um dos quadros, ele literalmente entra na pintura e acaba por encontrar o próprio pintor dentro de suas obras. Um sonho dentro do sonho. Isto tudo embalado com a música de Chopin.<br />
Os sonhos me tem feito pensar.<br />
Outra noite tive um pesadelo. Uma conspiração havia colocado uma máfia no poder. Mas disto se fala outro dia, pois hoje sigo iluminado pelas estrelas.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI3Uvu7LzixRNhR1AGsXpMf2SzTxpjYEgCuztumQLYVMfgzpJ9jMV9XFc9YuW9mDBhUfM-U6WCz-W9LOu2fPrjAkaiWedqVltog5feEY5EY-9ZnxeBMtvkKptxPMgOI6SOCeAWfHfS9n00/s1600/van-gogh-a-noite-estrelada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI3Uvu7LzixRNhR1AGsXpMf2SzTxpjYEgCuztumQLYVMfgzpJ9jMV9XFc9YuW9mDBhUfM-U6WCz-W9LOu2fPrjAkaiWedqVltog5feEY5EY-9ZnxeBMtvkKptxPMgOI6SOCeAWfHfS9n00/s1600/van-gogh-a-noite-estrelada.jpg" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-88022506067642167602016-05-04T18:23:00.000-07:002016-05-04T18:23:32.057-07:00O café O café é mais presente em minha vida pelo seu cheiro maravilhoso. A pessoa que está passando o café sempre me parece simpática, mesmo que ela nem seja de verdade. Naquele momento ela é, como alguém que estende a mão com uma flor.<br />
Quase nunca bebo café, mas tenho um grande prazer em saboreá-lo quando visito alguém que eu gosto. Acho que quem me ensinou isto foi a Janete, que é mãe do meu amigão Júnior.<br />
Ela sempre me ofereceu seu café sem comparação. Mas é claro que não era só a bebida, era um ritual. Um ritual de carinho, afeto, e um olhar generoso que sempre se abriu para mim, para as outras crianças, para os animais abandonados que ela retirava da rua (e ainda deve retirar).<br />
Nem sei se a Janete vai ler isto. De qualquer jeito, uma hora destas vou bater na porta dela e ficar esperando aquela hora mágica em que me oferecerá um café. Já estou até sentindo o cheiro.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-21440955223075198352015-12-30T17:53:00.001-08:002015-12-30T17:53:05.086-08:00O que a palavra "Deus" faz você pensar?<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/LUk2Q4frrWQ" width="480"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-84196562724384479282015-12-20T17:55:00.004-08:002015-12-20T17:55:50.325-08:00Luís Augusto Fischer escreve sobre "A Caixa de Perguntas"http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/12/luis-augusto-fischer-caixa-de-perguntas-4933952.html<br />
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<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-31981031949324079672015-11-30T17:06:00.001-08:002015-11-30T17:06:32.555-08:00 Hare Krishna<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/ONhOgU_eG4c" width="480"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-34637263146313914152015-07-19T17:01:00.001-07:002015-07-19T17:01:13.286-07:00Cultura Religiosa Dolores Evangélicos parte 1<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/0H8ibtyHT4k" width="480"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-553566452553910298.post-1407379101501092662015-07-19T17:00:00.003-07:002015-07-19T17:00:32.755-07:00Cultura Religiosa Dolores - Evangélicos parte 2<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/u-RPvB3tEP8" width="480"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0