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08 agosto 2013

Triste São Paulo

São Paulo, pelo seu tamanho e importância, é nosso centro nervoso.
Esta família assassinada é uma tragédia pra lá de simbólica. Demonstra o que há de mais sinistro na nossa construção como sociedade.
Enquanto o governo paulista mergulha nos escândalos de corrupção, um menino de 13 anos é acusado de assassinar os próprios pais.
Corrupção e violência são irmãs.

No mesmo batalhão onde trabalhavam pai e mãe (policiais), há quatro anos o então comandante foi morto em uma emboscada . O tenente-coronel investigava um grupo de extermínio composto por policiais que ele comandava.

Em meio às investigações do crime dos últimos dias, o atual comandante afirmou que a mãe do garoto havia denunciado colegas seus (policiais) por roubos de caixas eletrônicos - insinuando que este poderia ser o motivador da chacina.
Hoje ele misteriosamente mudou a versão, mas se recusou a falar com a imprensa novamente.

Seja qual for a verdade deste caso, é evidente que a polícia que temos hoje no Brasil não serve mais. Precisamos de inteligência para combater o crime e não de uma força armada treinada para combater inimigos potenciais.
Quando bons policiais (sim, eles existem) começam a sentir vergonha de falar em suas corporações, então algo muito sério está acontecendo.
Quem acha bonita a ideia de que "bandido bom é bandido morto", deve se dar conta que está apoiando chacinas como esta.
Os mesmos policiais que se sentem autorizados a sair matando em nome "dos cidadãos de bem", irão se sentir protegidos para fazer qualquer coisa (inclusive matar seus próprios colegas, se necessário).

Fui um dos primeiros no país a divulgar no Facebook aquela famosa foto da Folha de São Paulo, onde aparece um policial jogando spray de pimenta em um cinegrafista durante uma manifestação em junho. No dia seguinte, uma enxurrada de comentários de policiais paulistas exalava ódio. Muitos eu excluí, para preservar meus alunos que poderiam ter acesso àquilo.
O mais tranquilo dizia que ao invés de spray o policial deveria ter uma espingarda calibre 12 carregada...
Eu vou pelo caminho contrário: precisamos de muitos outros cinegrafistas, e não nos servem mais as espingardas carregadas nem o spray de pimenta.

Aqui da província observo com preocupação a pauliceia desvairada.

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