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29 agosto 2013

Águas trágicas

Fico vendo aqui as imagens que meus ex-alunos/as postam no Facebook
e volto trinta anos na história, me vejo andando de "caíco" (barco) nas ruas
da vila Campina, em São Leopoldo (RS).
Só quem já viveu o drama das enchentes tem noção do tamanho da tragédia.
De sair de manhã cedo, no inverno, com a água gelada chegando na cintura,
carregando uma caixa de papelão com seus animaizinhos dentro...arranhando seus braços porque estão apavorados.
O desespero das famílias, a água chegando na altura da sua cama, o cheiro terrível da lama quando a água enfim baixa. E cobras, sapos e aranhas aterrorizando o seu despertar.
Não é moleza ser pobre, meu velho.
Mas hoje contente em perceber a solidariedade, as pessoas juntando suas roupas pra doar e ajudando quem precisa. Ajudantes anônimos ou não que surgem para carregar o que dá tempo.
Penso que sempre foi assim, ao menos na periferia, onde nunca falta uma mão amiga.
E vamos seguindo.
O cheiro da umidade e os dias de chuva forte me jogam automaticamente àqueles dias, em qualquer lugar, e acho que será assim até o fim.

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