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18 maio 2013

Essas coisas da vida

"A vida é feita de encontros, apesar de haver tanto desencontro nela". Não é assim a frase do Vinícius de Moraes?
Pois hoje relembrei alguns deles, assistindo ao programa da Ivete Brandalise na TV. Ivete é uma figura de frente na cultura do Rio Grande do Sul. Muitas boas entrevistas assisti e ouvi, em seu programa "As músicas que fizeram sua cabeça" na FM Cultura. Adoro entrevistas e sempre aprendo muito.
A única vez que a vi pessoalmente foi no lançamento do livro da "bruxinha" Amanda Costa. Autora e livro fantásticos.

Pois hoje tive a alegria de assistir meu (velho) amigo Orson Soares sendo entrevistado por ela.
Orson tem uma história muito interessante, e muitas histórias pra contar. Muitas delas de seu convívio com o "papai" Grande Otelo, um dos maiores atores que já esteve nos palcos e telas deste país, ícone negro da cultura brasileira.

Conheci o Orson na rua, literalmente, nos movimentos em que estivemos metidos nos bons anos de redemocratização, onde ser petista era o mesmo que estar contra o sistema. Orson era do Partidão, e lembro bem dele batendo pernas por São Leopoldo fazendo sua campanha quixotesca.

Pois a roda do tempo seguiu girando e uns 10 ou 15 anos depois era exatamente ele que me substituiria na escola Helena Câmara. Por pura coincidência, em maio de 2006 (quando saí da escola) foi ele quem foi enviado em meu lugar. Se tivessem me pedido uma indicação, era ele mesmo que eu indicaria. No meio daqueles sentimentos desencontrados de tristeza por sair de um lugar que eu adorava, veio a notícia surpreendente de que o Orson seria o novo professor de História. Impressionante.

O Orson é o parceiro do grande Walter Lippold. Tenho a impressão que todos/as vocês qualquer dia destes vão ouvir falar dele/s. Eles acreditam no que fazem e colocam em prática seus projetos no Coletivo Fanon, nome baseado no filósofo revoltado. E são um tipo de ativistas bem com a cara do nosso século: usam bem a tecnologia, as redes de comunicação, aliando a isto o estudo sério e a organização do pensamento e da veiculação das ideias.

O "tio Vinícius" de quem fala o Orson falava de encontros e foi protagonista de muitos deles.
Na Restinga um dia o Walter veio me falar que havia um "aliado" por lá, segundo o que havia lhe dito o Orson. O aliado era eu, era o que ele acabara de descobrir.
E assim se fechava mais um círculo, ou melhor, se ampliavam mais círculos e horizontes comuns.
Essas coisas boas da vida!

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