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27 setembro 2012

A escola de turno integral e outras mentiras


Que as pessoas acreditem em Papai Noel é um direito delas, e vou defender até a morte o direito de acreditar.
O problema é que numa eleição acreditar em fantasias pode ser desastroso.

Nas escolas de Porto Alegre faltam professores. Só isso já demonstra que as coisas vão mal. Estamos no final de setembro e AINDA faltam professores na grande maioria delas.
A cidade ocupa o 17º lugar entre as capitais no índice de desenvolvimento de ensino. Em outras palavras: está muito mal.

Aí aparece um prefeito em primeiro lugar nas pesquisas falando em "escola integral", o novo mantra dos políticos.
Que escola integral? Onde?
Você conhece algum aluno/a de escola pública que passa o dia inteiro na escola?
Na escola onde eu trabalho, que fica na periferia de Porto Alegre, estudam mais ou menos 1500 alunos.  Se ela fosse de turno integral, os alunos da manhã teriam que ficar na escola durante a tarde. Mas onde estudariam então os alunos da tarde?

Esta história de "turno integral" é uma bela mentira, uma ilusão. É mentira do ponto de vista da realidade mesma. E é discutível do ponto de vista pedagógico.
E o prefeito ainda promete "aumentar ainda mais" o turno integral, e "estendê-lo para todas as escolas". É mentira sobre mentira. A prefeitura hoje gasta mais com salários de CCs (cargos de confiança) do que com educação, e isto não vai mudar se o prefeito continuar sendo o mesmo. Sei que é óbvio demais. Mas é de uma lógica básica que estamos precisando.

É bom pensar bem antes de votar. Porque serão quatro anos de administração com quem for eleito.
E lembrar o conselho de Eça de Queiroz. Fraldas e políticos devem ser trocados de tempos em tempos, e pelo mesmo motivo.

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