Total de visualizações de página

11 setembro 2011

As torres caíram

As torres caíram. No tabuleiro complexo do jogo de poder do mundo algo perigoso ficou no ar. E não são ruínas que nos assustam. E não são todas aquelas mortes a única das tragédias. O trágico é a ausência de regras no jogo. Mesmo frágeis, antes elas serviam ao menos para limitar um pouco a força do grande jogador. Agora a mão pesada do Império joga para longe as peças que sobraram, e o próprio tabuleiro começa a perder o sentido. Acabou o jogo?
Minha mãe me chamou e disse que estava acontecendo algo estranho, que eu ligasse a TV. Ao vivo todo o planeta assistiu aos ataques. Incrédulo, liguei para meus amigos e amigas mais próximos para ter certeza de que estava acordado e de que aquilo tudo era mesmo verdade. Não faltaram vozes a profetizar o início do fim da dominação americana. Ingênuos. Tudo o que os fascistas sempre precisam é de um inimigo, mesmo que imaginário.
11 de setembro de 2001. Começava drasticamente o século XXI.

Estas palavras aí acima escrevi por aqueles dias. E o que mudou de lá para cá?
Os americanos continuaram invadindo países e inventando guerras para mover sua poderosa máquina industrial. Invadiram o Iraque, o Afeganistão novamente.

Mas o 11 de setembro aqui na América Latina é marcado pelo golpe no Chile. Também patrocinado pelos Estados Unidos, como no Brasil em 1964.
Estes golpes e atentados contra a soberania dos países também ajudam a explicar o onze de setembro de 2001. O terrorismo não surgiu do nada nem tampouco caiu do céu.

Outro dia um aluno me surpreendeu, perguntando se aquelas cenas das torres caindo eram mesmo verdade ou se tudo não passava de efeitos especiais. Impressionante a pergunta, em seu sentido literal e simbólico.
Os americanos, se não tivessem o olhar paralisado no próprio umbigo, poderiam se fazer igualmente muitas perguntas.
Porém, aos milhares, foram para as ruas comemorar a morte de Bin Laden. Sociedade estranha esta, que prega os direitos humanos - para os outros. Fossem um pouquinho mais inteligentes teriam capturado seu inimigo vivo e assim desbaratado sua rede. Mas era necessário criar o mito, atirando-o ao mar. Um inimigo, mesmo que virtual, sempre é uma possibilidade de novas guerras e lucros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é bem-vindo. Mas não deixe-o sem assinatura.