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24 abril 2011

Sobre deus, espíritos e outras fantasmagorias

No Brasil evita-se falar em religião. Somente se for no sentido da repetição ou do elogio. A grande maioria crê, e há muita gente ganhando em cima disto. Até o cinema resolveu fazer dinheiro com a coisa.
Me atreverei a escrever aqui um pouquinho sobre o tema. Não para seguir ou afrontar a maioria, mas simplesmente pelo desejo de não ser confundido.

Por algum motivo obscuro para mim, seguidamente sou questionado sobre o que penso em relação à Deus. Sou da turma dos filósofos, isto está claro. Porém, as pessoas vêm sempre com um tom sério, quase cerimonial, falar sobre isso. Não estão esperando uma fala sobre Filosofia. Estão esperando o que eu tenho a dizer sobre.
Ainda que eu tente convencê-las de que este não é um assunto dos mais empolgantes, elas insistem. E sempre saem da conversa chateadas ou até indignadas.
As pessoas simplesmente não aceitam a ideia de que eu não creio em deus, deuses, e tudo isto a que se costuma chamar de sobrenatural.

Pois hoje eu é que venho aqui escrever para dizer da minha estranheza.

Nunca tentei convencer ninguém a não crer ou a deixar de seguir esta ou aquela religião.
Já ouvi relatos variados sobre o tema.
Gente que acredita que foi levada por ET's para uma nave espacial, que viu espíritos e conversou com eles, que conversa com baratas porque são seres humanos que fizeram muito mal em outras vidas e agora caíram para esta forma de ser, que dá dinheiro para a igreja porque alcançou uma certa graça etc, etc, etc.
A tudo escuto com seriedade e respeito, tentando entender o que pensa o outro sem fazer julgamentos. Jamais debochei de alguém, por exemplo, mesmo quando ouvi o que considero muitas vezes as maiores sandices do mundo.

No entanto, basta dizer com toda a calma que nem sequer penso nesta ideia de deus, que as pessoas se transformam.
Falam em solidariedade, em amor ao próximo, respeito às direrenças, e todas estas palavras que já estou pra lá de cansado de escutar. Entretanto, se o próximo que está ali na sua frente é um Elenilton da vida, esquecem do discurso. Você não pode pensar diferente.
"Mas como você não acredita?". "Que decepção, logo você". Assim é que falam.
Aí passam a procurar algo, algum vestígio de "fé" que possa me "salvar" da perdição na qual eles acreditam estar eu me jogando. Mal sabem elas que aquilo que elas eventualmente chamam de veneno pode vir a ser o meu melhor prato.
Ontem mesmo um amigo querido chegou a se retirar da sala onde estávamos dialogando, porque descobriu que eu não era enfim o "espiritualista" que ele pensava conhecer.
"Mas como, tu que tens um pensamento tão profundo não acredita em reencarnação...". Assim ele ia falando. E eu não pude deixar de rir.
O chato em um crente é o fato de que ele em geral pensa possuir uma grande verdade. E se você ainda não chegou a esta verdade, é porque não teve contato com a tal iluminação que - é claro - ele é o portador.

Para que não haja confusões, deixo então escrito aqui. Assim talvez desanime novas investidas sobre a minha pobre pessoa. E aquela velha repetição: "não, não acredito nisso também..." (risos).

Coisas que penso (sem nenhuma pretensão de convencer quem quer que seja):

1. O Universo não conspira a favor de ninguém. Nem contra. O Universo é surdo para nossas vozes, e nós somos poeira de estrelas. Se a Terra desaparecesse hoje, no que isso iria mudar o Universo? Aquilo que o vendedor de livros Paulo Coelho escreveu é uma invencionice esperta. Talvez o universo das grandes editoras conspire pelos autores malandros como ele.
2. Deus é uma invenção humana. Todos os deuses o são.
3. As religiões sempre começam com alguém vendo coisas, tendo visões. Um pequeno grupo se aproxima e se transforma em um grande grupo. Quando se transformam em instituições sólidas, elas degereram e desmentam a intenção inicial de seus inventores.
4. O cristianismo é apenas mais uma religião. Não é porta-voz de verdade universal alguma. Aliás, como promessa de melhoria da humanidade ele fracassou.
5. Não existe verdade universal. Nem verdade absoluta. O que existe é a pretensão humana em tudo abarcar e explicar com a sua razão. A própria verdade é construção.
6. Os mitos são importantes para os seres humanos, são formas de organizar mentalmente o mundo estranho à nossa volta. Mas interpretá-los como fatos a serem seguidos ou reverenciados é no mínimo questionável. E, nos dias de hoje, perigosíssimo.
7. A vida é única, ela não "continua". A morte existe, e ela é o fim da nossa existência como indivíduos. Seguimos na memória dos que nos amaram, nos livros, no que deixamos. Exatamente porque a morte existe, é que vale a pena viver e criar sentidos para a vida. "Mas e a alma?", me pergunta um amigo. Devolvi-lhe a pergunta: "O que é alma?", e ele até hoje não soube responder. A alma é o nome que se dá a uma crença vaga.
8. A crença (tão em moda agora no Brasil) nas reencarnações tem servido para justificar injustiças e solidificar a resignação diante delas. Tudo acaba explicado pelo "carma" que as pessoas trariam de existências remotas. Este me parece um pensamento lamentável. Um espírita que faz palestras sobre o tema certa vez tentou convencer-me de que os judeus mortos na Segunda Guerra haviam sido padres da Inquisição na Idade Média. Perguntei pelas crianças enforcadas nos campos de concentração; ele respondeu com o "carma". Tive vontade de vomitar. Outro dia ouvi em uma rádio séria do Rio Grande do Sul alguém defendendo que as tais "cartas psicografadas" deveriam ser utilizadas como provas judiciais em processos. Já pensou? Você é acusado de um crime, e a prova principal é uma carta que alguém diz que escreveu tocado por um fantasma...
9. Quem não crê e não segue religiões tem moral como qualquer outra pessoa. Pode errar ou acertar. Não ter religião não melhora nem piora ninguém. Aliás, os grandes crimes da história da humanidade foram em geral cometidos por pessoas que se diziam escolhidas, em nome de Deus. Por isso, inverto a famosa frase de Dostoiévski: "Se existe Deus, então tudo é permitido". Lembrem dos milhões de indígenas assassinados na América, dos negros escravizados porque "não tinham alma" e de tantos acontecimentos recentes.
10. O fanático religioso é sempre um tipo perigoso, independentemente de seu credo. E há também ideologias políticas que se tornaram credos e criaram fanáticos.
11. Quer coisa mais estranha do que um sujeito que passa boa parte da vida bebendo, fumando baseado, cheirando tudo que vê pela frente, e depois vem bater na sua porta condenando quem faz exatamente isso? Não sei o que é pior, ver o cara detonado pelas drogas ou detonado pela lavagem cerebral. Nos dois casos vejo alguém aprisionado por um vício, uma dependência. E dependência nunca é algo bom. Só a do bebê no seio quente da mãe.
12. As igrejas hoje, na quase totalidade, são apenas grandes negócios. Boas maneiras de ganhar dinheiro sobre a crença e/ou a ganância de muitos. Tem até igreja para surfistas que prega em inglês, no Brasil (é sério).
13. "A vida é uma aventura da qual não sairemos vivos", Mário Quintana.
14. Estes números todos não têm razão alguma, nem há nada escondido sob estas palavras. Não são meus "treze desmandamentos".

Comentários, críticas, contribuições, tomates podres, tentativas de conversão e demais reações a este textinho devem ser feitas aqui no blog. Não me torpedeiem com e-mails que não vale.

Pra terminar, um trecho de letra do Belchior (que compartilha desse jeito de ver o mundo):

Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto
Ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos
Sonhos matinais...

Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais...

(...)

Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais...





11 comentários:

  1. bom bom... discordo, em princípio, devido à minha própria fé. seria esta uma discordância irremediável se, no meu caso, a fé não houvesse chegado a partir das mesmas posturas que voce elencou. Posso dizer que compreendo cada linha que vc escreveu neste post. Não posso dizer agora (e não sei se em algum dia) é pq compreendendo discordo. é algo que a mim me supreende, me incomoda.

    tentando esclarecer essa minha postura, chego à velha distinção entre saber e crer. sei das possibilidades e impossibilidades de um deus (ou deuses), sei da necessidade do homem em possuir um deus para curar suas aflições existenciais e que esta necessidade gera a imagem que temos daquilo que chamamos deus. sei, e eis o saber que mais me entristece, que deus, existindo ou não, é motivo de guerras, brigas, desrespeitos à dignidade da vida humana em geral; sei que suas pretensas casas são mensuradas em dinheiro vivo; sei que há aqueles que creem em um deus que não sei se existe e que essas pessoas são influenciadas por outras com objetivos um tanto quanto terrenos.

    mas ainda sim, creio em algo superior. e isto não é uma tentativa de convencimento da existência daquilo em que creio, é só uma divisão de uma perspectiva que eu mesmo não compreendo e que busco compreender. creio, e isso chega a ser um problema. se não há certeza de que deus exista, tampouco o há de que ele não exista. E então? até pouco tempo atrás, sempre me coloquei do lado da indiferença: se existe ou não, o que importa é o que eu enquanto homem escolho, o que faço. para mim há de fato a moralidade que vc citou, uma moralidade sem a necessidade de um deus. e há beleza no homem que não precisa de um deus para viver, que se constrói e molda seu mundo. só que isto, e aí onde mudei, continua não excluindo a existência de um deus. é possível que exista. pq eu creio que exista eu já não sei.

    é possível admirar o divino sem se fundamentar nele para agirmos no mundo? não falo aqui de vidas futuras ou reencarnações, só de um ordenador do mundo. a mim, ao menos por enquanto, parece que sim.

    abraços

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  2. Caro Elenilton, como cristão que sou, discordo de teu pensamento, mas amavelmente. Tens todo direito de pensar assim e ser respeitado. Particularmente, acho que não acreditar em Deus ou deuses é apenas uma leitura do mundo como qualquer outra, inferida por nossas convicções e experiências. Acreditar, para mim, segue o mesmo raciocínio, de certo modo. Mas creio ser possível construir pontes através da amizade, da inteligência e boa vontade. Um abraço do colega Álvaro.

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  3. Sim Álvaro, ter fé ou não é apenas uma leitura do mundo válida como qualquer outra.. Estamos de acordo. Mas o ser humano sempre inventa algo pra criar discórdia, seja o que se pensa, faz, a cor da pele e por aí vai.
    Aliás, penso que os cristãos poderiam (deveriam?) ser os primeiros a ter esta abertura e tolerância ao pensamento diferente. O cristianimo na Antiguidade era revolucionário, e penso que ainda hoje seria..
    Lembro agora de uma passagem bíblica, onde Jesus resolve passar a noite na casa do cobrador de tributos, contrariando seus discípulos. Quer postura mais radical que essa? Ficar na casa exatamente daquele que era o representante do Estado que os oprimia?..
    Nem falei no textinho, mas sou de uma família católica, com vários membros religiosos, e nunca houve nenhum tipo de conflito por causa de minha postura.
    Embora tenha muitas críticas à Igreja, não tenho essa coisa anticlerical. O Luis Buñuel, que sempre foi ateu e anárquico, conta horrorizado em sua autobiografia que durante a Guerra Civil espanhola alguns grupos de anarquistas matavam qualquer pessoa que simplesmente estivesse trajada com roupas religiosas.. Isto mostra que a loucura humana sempre encontra caminho, com Deus ou não.


    O Marco fez um comentário filosófico, onde ele comenta o texto enquanto discorre sobre sua própria fé. Ou não. rsrsrsrs

    Obrigado pela generosidade de vocês em comentar aqui.

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  4. Lelê! Gostei muito do texto!!! Tenho pensando muito sobre a relação direta entre as diversas relações de crença e o cerceamente de direitos cidadãos, básicos e de existência humana, por uma construção social normativa onde os discursos religiosos atuam na relação norma-democracia. Estamos distantes de uma vida digna apenas por garantias legais/constitucionais. Bem como, podemos pensar no avanço de grupos políticos, no sentido estritto do termo, na legislação de uma vida cidadã a partir de suas referências de quem deve ou não usufruir de direitos civis. Muito doido isso!!! Enfim, pensando... Gostei do texto e um abraço, meu amigo. Priscila

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  5. Pedro Santos, no Facebook:

    Pedro escreveu: "O ser humano é um cretino - e morrerá assim. Ele não vai melhorar se estudar mto filosofia, artes , música, matemática,etc... JESUS é q nos melhorou pq morreu por nós.1) "...é um martírio pois a impossibilidade de se aceitar um deus..." qm criou esta impossibilidade foi vc mesmo, ou talvez foi influencia daquele seu grande amigo q conhece mto filosofia e faz pose de esquerdista engajado. Vix!! Coisa mais cafona! 2) Rapaz, vc é o q vc escreve, e lhe digo, com a autoridade q só os grandes cretinos têm - vc escreve mta M... 3) Pare de ler tanto e faça algo positivo pro seu pobre irmão q precisa, seja compassivo, faça oração, compartilhe uma palavra de esperança com alguém q possa estar precisando. JC S2 VC"

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  6. Nossa!
    O ator Pedro Santos, que tanta coisa boa fez no teatro e cinema brasileiros, agora me aconselha a parar de ler tanto. Me pede que eu substitua a leitura pela oração.
    E eu que penso que ando lendo pouco...
    Me chama de cretino por tabela, e diz que eu escrevo muita merda. Uau! Muito respeitoso ele.
    Ele dá razão ao que escrevi no blog sobre fanatismo religioso. Esta é a postura do dogmático: "Só eu estou certo. Quem pensa diferente de mim é meu inimigo".
    Triste isso.
    Mesmo assim, continuo pensando que o que ele fez como ator é muito bom. O fato de ele pensar diferentemente de mim não faz com que eu me torne seu inimigo ou desqualifique seu trabalho.

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  7. Carta a Elenilton - Das crenças e dos ditos: a minha palavra

    Este é o título da minha resposta. Tentei postar aqui, mas excedeu o número de caracteres. Então postei no meu blog com este título. O endereço:

    http://anazatt.blogspot.com.br
    Gostaria muito que fosses lá ler. Um abraço.

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  8. Muito obrigado Ana!
    Vou lá ler agora mesmo...

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Por e-mail, o Paulo me enviou este linck como contribuição aqui para este post.

    http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2011/05/jung_pa_esta_mo.html

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  11. Sobre a vida após a morte

    Do ponto de vista científico, vida após a morte não faz sentido,embora a esperança de que ela exista seja muito compreensível


    Já que no domingo passado escrevi sobre o fim do mundo (era para ter sido ontem), é natural continuar nossa discussão refletindo sobre vida após a morte. especialmente nesta semana, quando o famoso físico Stephen Hawking falou do assunto em entrevista ao jornal inglês "The Guardian". "um conto de fadas para pessoas que têm medo do escuro", disse.
    Mantendo a discussão ao nível "científico", o que podemos falar sobre experimentos que visam detectar vida após a morte?
    eis o que escrevi sobre o tópico em meu livro "Criação Imperfeita": "quando ingressei no curso de física da PUC do Rio em1979, era a encarnação perfeita do cientista romântico, com barba, cachimbo e tudo.
    Lembro-me, com um certo embaraço, do meu experimento para 'investigar a existência da alma'. Se a alma existia, pensei, tem que ter uma natureza ao menos em parte eletromagnética, de modo a poder animar o cérebro. e se eu convencesse um hospital a dar-me acesso a um paciente em coma, já prestes a morrer? Assim, poderia circundá lo com instrumentos capazes de detectar atividade eletromagnética.
    Talvez pudesse detectar a cessação do desequilíbrio elétrico que caracteriza a vida [...] Por via das dúvidas, o paciente deveria também estar deitado sobre uma balança bem precisa, caso a alma tivesse peso." Continuo:"Na verdade,minha incursão no terreno da "teologia experimental" era mais brincadeira do que algo que levei a sério. Porem, minha metade vitoriana charlatã, devo dizer, tinha ao menos um predecessor.
    em 1907, um certo Dr. Duncan MagDougall de Haverhill, em Massachusetts, conduziu uma série de experimentos para medir o peso da alma.emborasua metodologia fosse altamente duvidosa, seus resultados foram mencionados no prestigioso "New York Times":"Médico crê que alma tem peso", afirmou a manchete. O peso era em torno de 21,3 gramas, embora tenha havido algumas variações entre os poucos pacientes investigados. Como grupo de controle, ele pesou 15 cães, mostrando que eles não sofriam qualquer mudança de peso. O resultado não o surpreendeu, pois suspeitava que só humanos têm almas."
    Os experimentos de Mag Dougall inspiraram o filme "21 Gramas", com Sean Penn fazendo o papel de um matemático à beira da morte.
    De volta a Hawking, devo dizer que concordo com ele. Tudo o que sabemos sobre como a natureza opera indica que a vida é um fenômeno bioquímico emergente que tem um início e um fim.
    Do ponto de vista científico, vida após a morte não faz sentido: existe a vida, um estado complexo da matéria em que um organismo interage ativamente com o ambiente, e existe a morte, um estado em que essas interações tornam-se passivas.
    Morte é ausência de vida. (Mesmo o vírus só pode ser considerado0 vivo dentro de uma célula anfitriã.) É perfeitamente compreensível querer mais do que algumas décadas de vida, ter esperança de que existe algo mais.
    Porém, nosso foco deve ser no aqui e no agora, e não no além. O que importa é o que fazemos coma vida que temos, curta que seja.Após ela, o que persiste são as memórias naqueles que continuam vivos.

    MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro Criação Imperfeita

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